domingo, 16 de outubro de 2016

Fundos da Segurança Social podem acelerar fundos comunitários

Luísa Pinto 
14/10/2016 - 21:15
(actualizado às 21:50)
A prioridade que o Governo quer dar à execução dos fundos comunitários merece várias determinações na proposta de Lei de Orçamento de Estado. No relatório que acompanha o documento, o governo avança com a estimativa de conseguir duplicar os pagamentos de incentivos às empreas e atingir os mil milhões

A proposta de Lei do Orçamento de Estado prevê que os fundos da Segurança Social podem ser temporariamente utilizados para “colmatar eventuais dificuldades inerentes ao processo de encerramento” de ciclos de apoio comunitários anteriores, como o Terceiro Quadro Comunitário de Apoio (QCAIII) ou o Quadro de Referencia Estratégica Nacional (QREN).  Foi a fórmula encontrada para “colmatar eventuais dificuldades inerentes ao processo de encerramento” daqueles ciclos, limitando essas antecipações, “a cada momento”, a 371 milhões de euros.
Esta é apenas uma das medidas que aparecem inscritas na proposta de Orçamento do Estado e que mostram a prioridade que o Governo quer incutir na aceleração da execução dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento. A proposta de lei define mesmo que as antecipações de fundos com vista ao encerramento do QCA III e do QREN, a execução do Portugal 2020, o financiamento da PAC e do FEP, incluindo iniciativas europeias e Fundo de Coesão (FC), e do Fundo Europeu de Apoio aos Carenciados (FEAC) “devem ser regularizadas ate ao final do exercício orçamental de 2018".
Todas estas antecipações de fundos obedecem a limites, segundo a proposta de lei: a 2600 milhões de euros para os programas co-financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), pelo FSE, pelo Fundo de Coesão e por iniciativas europeias, e 550 milhões de euros para os programas co-financiados pelo FEOGA, pelo FEADER, pelo IFOP, pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).
Todos estes montantes podem ser objecto de compensação entre si, “mediante autorização do membro do Governo responsável pela gestão nacional do fundo compensador”, sendo que os limites apontados “incluem as antecipações efectuadas e não regularizadas até 2016”, lê-se na proposta.
O governo prevê que a regularização destas antecipações deverá ocorrer até ao final do exercício orçamental de 2018, ficando para tal o Instituto de Gestão do Fundo de Segurança Social autorizado a ressarcir-se nas correspondentes verbas transferidas pela União Europeia.
Tal como havia sido anunciado, também os empréstimos que sejam contraídos pelas autarquias para pagar a contrapartida nacional de projectos co-financiados pelos fundos europeus (como vai acontecer para avançaram obras em equipamentos escolares e equipamentos de saúde) não contará para os limites de endividamento dos municípios nem para o cálculo do prazos de pagamento dos municípios.
Mil milhões em 2017
No relatório que acompanha a proposta de Orçamento de Estado para 2017, o governo antecipa os objectivos a que se propõe em relação aos pagamentos de incentivos às empresas no âmbito do actual ciclo comunitário, o Portugal2020. Depois de ter conseguido cumprir o Plano 100 - e fazer chegar 100 milhões de euros às empreas nos primeiros cem dias de mandato - o governo comprometeu-se a fechar o ano de 2016 com 450 milhões de euros de pagamentos efectuados. A meta para 2017 é mais do duplicar este montante e alcançar um total de mil milhões de euros de pagamentos de incentivos.
Fonte: Publico


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