O início da marcha lenta de taxistas contra a legalização da Uber pode atrasar-se porque a polícia está a desviar os profissionais que chegam do norte do país, disse à Lusa fonte da organização do protesto.
De acordo com o responsável pelo grupo de trabalho da Federação Portuguesa de Táxis, Eduardo Cacais, as autoridades policiais estão a desviar os taxistas que chegam do norte do país para o IC2, o que está a provocar atrasos na entrada dos motoristas em Lisboa.
Os taxistas estão a concentrar-se - como previsto -- no Parque das Nações, em Lisboa, antes da marcha lenta em direção à Assembleia da República.
O mesmo responsável que se encontra junto ao Campus da Justiça, no Parque das Nações, disse ainda que fez um apelo para que os manifestantes não respondam a qualquer "ato de violência" durante a marcha.
Da mesma forma, Florêncio Almeida da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros), presente no ponto de encontro do protesto, frisou que os taxistas "não vão responder a violências" ou a eventuais "provocações" que, no entanto, não especificou.
Florêncio Almeida acrescentou que a manifestação tem como objetivo a "defesa do setor do táxi" e que as regras devem ser "iguais" para todos.
Presente no local de concentração encontram-se também representantes da Federação de Táxis de Espanha que pretendem demonstrar solidariedade para com os profissionais portugueses.
Angél Leal, da estrutura espanhola, disse à Lusa que não "entende como o Governo português quer legalizar a Uber" e que alguns taxistas de Madrid estão em Lisboa para apoiar a manifestação.
Os taxistas portugueses agendaram para hoje uma marcha lenta em Lisboa, quase seis meses depois de terem feito um protesto idêntico contra a plataforma Uber que juntou centenas de carros na capital.
Em luta contra a regulação da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify, os organizadores prometem apenas abandonar a Assembleia da República -- onde termina a marcha lenta - quando o executivo travar aqueles serviços, que dizem não estar abrangidos pela lei.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para 'smartphones', mas estes operadores não têm de cumprir os mesmos requisitos -- financeiros, de formação e de segurança -- do que os táxis.
O percurso da marcha lenta inclui a Praça José Queirós, as avenidas Dr. Francisco Luís Gomes e de Berlim, o Aeroporto de Lisboa, a Rotunda do Relógio, as avenidas Almirante Gago Coutinho e Estados Unidos da América, o Campo Grande, a Avenida da República, o Saldanha, o Marquês de Pombal, os Restauradores, o Rossio, a Rua do Ouro, o Campo das Cebolas (em substituição da Rua do Arsenal, em obras), o Cais do Sodré, a Avenida 24 de Julho e as ruas D. Carlos I e de São Bento.
A organização anunciou que a marcha lenta seria feita nas viaturas de serviço, mas a PSP indicou que os carros terão de ser estacionados na Avenida 24 de Julho, uma vez que em frente ao parlamento haverá, a partir das 10:00, outra manifestação, de um sindicato.
O primeiro-ministro defendeu hoje, na China, que o Governo está a regular a atividade de transportes de passageiros para evitar a concorrência desleal aos taxistas, mas afastou a hipótese de limitar o número de licenças de outros operadores.
"Convém que não se ponha o mundo ao contrário, porque o Governo está a regulamentar uma atividade de quem faz transporte de passageiros a coberto da plataforma Uber sem cumprir as regras que hoje existem. O que estamos a fazer é a regular esse mercado", declarou António Costa aos jornalistas a meio do seu terceiro dia de visita oficial à China.
Lusa
Foto: Diariofigital
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