Enquanto as forças iraquianas se aproximam da cidade de Mossul, um centro de apoio às mulheres e meninas sequestradas e abusadas pelo Estado islâmico (EI) prepara-se para receber mais vítimas da barbárie.
Apoiado pelo governo regional de Dahuk e pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) começou a funcionar há dois anos e recolheu já 800 mulheres e crianças, na maioria yazidis.
“É duro. É muito díficil. É acima das minhas capacidades. Há anos que trato deste casos. São pessoas completamente destroçadas. Não há nenhum caso melhor do que outro. Cada um que vem é pior que o anterior. Vemos meninas com 9 anos que foram violadas e que foram humilhadas da forma mais brutal”, conta a ginecologista, Naam Nawzat.
Uma mulher, que prefere falar sob anonimato, conta os horrores que viveu ao longo de três meses de cativeiro nas mãos dos jihadistas do Estado Islâmico (EI):
“O que aconteceu foi mais do que suficiente. Fomos levadas como escravas. Eu fui vendida a cinco homens diferentes. Eu só queria arranjar uma maneira de fugir. Tentei três vezes suicidar-me e assim eles não podiam tocar-me”.
O Estado Islâmico tomou conta da região de Sinjar – terra dos yazidis – em 2014. Os homens mais jovens foram obrigados a combater; os mais velhos foram simplesmente mortos e as mulheres foram vendidas como escravas.
“Eu vim ao médico por causa da raiva que sinto. Não consigo fazer nada, nem sequer tomar conta da minha filha”.
Este representante da ONU no Iraque, Ramanathan Balakrishnan, afirma: “O mundo inteiro tem conhecimento da violência por que passaram as mulheres e as meninas nas mãos do Estado Islâmico. Mas isso são apenas as histórias nas notícias. Há muito trabalho a fazer para conseguir que cada uma destas mulheres que sobreviveram, possam voltar a ter a vida delas”.
euronews
________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário