quinta-feira, 3 de novembro de 2016

ÁFRICA DO SUL DESISTE DE IMPEDIR DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO SOBRE CORRUPÇÃO


 
GovernmentZA / Flickr
O até agora Ministro das Finanças Pravin Gordhan (esq), o Presidente Jacob Zuma e o novo Ministro das Finanças da África do Sul, Nhlanhla Nene (dir)
O até agora Ministro das Finanças Pravin Gordhan (esq), o Presidente Jacob Zuma e o novo Ministro das Finanças da África do Sul, Nhlanhla Nene (dir)
O presidente sul-africano desistiu de um recurso judicial para impedir a publicação de um relatório sobre corrupção em que se encontra alegadamente envolvido.
“Tenho instruções para retirar o recurso”, afirmou esta quarta-feira Anthea Platt, advogado do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, no início de uma audiência no Tribunal Superior, em Pretória.
A estratégia judicial surpreendeu o tribunal, que se preparava para abordar as acusações sobre o envolvimento do chefe de Estado no alegado favorecimento, através de “influências políticas indevidas“, nos negócios da família Gupta.
De acordo com a acusação, Zuma terá supostamente autorizado os membros da família Gupta, com fortes interesses empresariais na África do Sul, a interferir na escolha de alguns membros do executivo de Pretória.
Os elementos da família Gupta, os irmãos Ajay, Atul e Rajesh, de origem indiana, construíram um império empresarial no setor mineiro, transportes, tecnologia e comunicação social, nos anos 1990, na África do Sul.
Um dos filhos do Presidente sul-africano, Duduzane Zuma, é um dos parceiros do grupo Gupta.
O relatório sobre as alegadas irregularidades ficou concluído no mês passado mas Zuma conseguiu bloquear a divulgação, inicialmente agendada para o dia 14 de outubro.
O chefe de Estado tem conseguido ultrapassar uma série de escândalos políticos mas, nesta altura, as críticas voltaram a intensificar-se, num contexto de crise económica e após o desaire eleitoral do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder, nas últimas eleições locais.
Nos últimos meses, várias fações do ANC, antigos ativistas contra o apartheid e empresários têm pedido o afastamento de Zuma antes do fim do mandato, que termina em 2019.
/Lusa
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