Transportes, educação e emprego (& uma entrevista a Tolentino Mendonça)

David Dinis, Director do Público

Bom dia! Trump nomeiou um crítico da China para dirigir a política comercial e de indústria dos EUA. Há também indicações de que o Presidente eleito irá repor tarifas comerciais. Tudo aponta, portanto, para uma mudança radical da política norte-americana, com implicações imprevisíveis. E quem é que veio elogiar Trump? A filha de Saddam Hussein. Geert Wilders reagiu ao atentado de Berlim com um tweet chocante, mostrando Merkel com as mãos ensaguentadas, por causa da política de portas abertas aos refugiados. E levou o seu irmão a fazer um raro post: "Sinceras desculpas pelo post do meu irmão". As eleições na Holanda são em Março e Wilders lidera as sondagens. A Alemanha continua à procura de um tunisino, o suspeito do atentado de Berlim - que esteve sob escuta durante meses e que o país não consegiu deportar. A Maria João Guimarães conta-nos as últimas sobre as investigações. A ONU decidiu investigar crimes de guerra na Síria. Com 105 votos a favor, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a criação de uma equipa especial para “recolher, consolidar, preservar e analisar provas”, para que tudo possa depois ser julgado. Houve 15 votos contra e não é difícil adivinhar de quem foram. As notícias do dia  Começo pelas que terão influência directa nas nossas vidas. Como as multas nos transportes, que vão passar a ser vão ser cobradas no acto pelas empresas (e já não só pelo Fisco). Pelos novos preços dos passes, que estão aqui. E, na Educação, as refeições escolares que vão voltar a dar desconto no IRS (o Negócios diz que falta saber como) ou a história inacreditável da escola de Carcavelos que vai fechar em Janeiro por total falta de condições (notícia do jornal i). Convém estar atento também às que acabarão por ter influência na nossa vida, mais tarde ou mais cedo. As que nos prejudicam, como os sinais de arrefecimento da nossa economia, o aumento do trabalho não declarado por patrões (do JN); ou o resgate iminente num dos maiores bancos italianos; ou as que nos podem beneficiar, como os bons resultados do "perdão fiscal" aberto pelo Governo (que dá uma ajuda grande ao défice deste ano). Da política, sobram os avisos do Presidente sobre o ano que aí vem. Mas também das IPSS, que estão preocupadas com as implicações da subida do salário mínimo (notícia do DN). E da Segurança Interna, onde estão em causa o planos de eficiência desenhados pela ministra da Administração Interna (também via DN, mas ainda sem link disponível). Há também uma nova lei que importa registar: os animais vão deixar de ser "coisas" (mas a lei dos maus tratos vai continuar com buracos). E da Justiça, uma notícia relevante: a investigação a Sócrates tem fim marcado para Março de 2017, diz agora a PGR. Ontem, no caso do sangue, Lalanda de Castro foi libertado pelas autoridades alemãs. E falando em Justiça, há uma proposta em análise no Ministério da Educação que nos deixa a pensar. A Catarina Gomes resumiu tudo num título: "E se na escola Maria pede para ser tratada por Manuel?" Opinião e uma entrevista (da quadra e não só) "Muitas pessoas estão a dar uma segunda oportunidade à Igreja". É um dos grandes pensadores do Portugal contemporâneo e do lugar do catolicismo no mundo. Em entrevista ao PÚBLICO e à Renascença, José Tolentino Mendonça fala do Natal, do amor, da poesia e do papel do Papa Francisco na reinvenção do papel da Igreja. As marcelices de Marcelo. Não é preciso ser bruxo que o título é do João Miguel Tavares. Ao caso, a crónica de hoje é sobre o salva-que-não-salva da Cornucópia.   Pergunta o Ricardo Cabral, no Tudo Menos Economia: "A cura pode matar?" Vou deixar no ar a tese dele, mas deixo uma pista. Está a falar das regras para a banca europeia e "dos últimos dias de Dezembro, que passaram a ser dias perigosos". "Um sintoma perigoso", é como Álvaro Vasconcelos vê as reacções à tragédia de Alepo. "A narrativa democrática e humanista tem hoje dificuldade em mobilizar os espíritos", alerta-nos ele. Hoje acontece Os parceiros sociais voltam a juntar-se, para decidir se há ou não acordo de concertação. Ontem havia optimismo, mas ninguém jurava uma assinatura. No Parlamento teremos o último debate quinzenal do ano, que será aberto pelo PSD.  O Sporting tenta não ficar mais longe ainda do Benfica, depois de o 11 de Rui Vitória ter vencido sem espinhas o último jogo do ano. Jorge Jesus disse ontem que o clube "não tem toalhas" para deitar ao chão (whatever that means)  Só mais um minuto, pode ser? É que, pela primeira vez em 37 anos, nevou no deserto do Sara. Um fotógrafo amador registou as imagens e a LifeScience diz que se trata do fenómeno meteorológico mais raro do mundo. A propósito: reparou que Portugal se render às pistas de gelo? A Jéssica Rocha foi ver quantas há e percebeu que há cada vez menos desculpas para guardar os patins.  E agora uma adivinha de Natal: o que é que tem mais de 450 anos, foi escolhida pelo rei e é uma “prenda especial”? A Lucinda Canelas desvenda o enigma. Enquanto não chega o dia em que todos descansamos, aqui prosseguimos, concentradíssimos (como diria o Paulo Futre) na missão do dia: dar-lhe muitas notícias ao longo do dia, sempre que possível fazendo-o sorrir. Por mim, despeço-me com um até amanhã e aquele desejo sincero:  Divirta-se!