Um novo estudo revela que estar grávida cria alterações no cérebro de uma mulher, com uma perda significativa de massa cinzenta, que pode realmente ajudar as mães a cuidar dos seus novos bebés.
Os cientistas realizaram exames de ressonância magnética a mulheres voluntárias que nunca tinham estado grávidas, mas a maioria esperava engravidar num futuro próximo e as restantes não estavam a planear uma gravidez.
Depois, os especialistas esperaram 15 meses para analisar possíveis alterações nos cérebros das voluntárias que, nessa altura, já tinham sido mães.
Os resultados das ressonâncias magnéticas revelam que os cérebros das mães tinham diminuído, mas não se observaram quaisquer alterações nos cérebros das mulheres que não tinham dado à luz nos meses analisados.
Segundo o estudo publicado na Nature, algumas dessas alterações duraram pelo menos dois anos, mas não prejudicaram a memória nem outros processos mentais – serviram, basicamente, para adaptar a mãe às necessidades fisiológicas da criança.
“Estas mudanças podem refletir, pelo menos em parte, um mecanismo de poda sináptica, onde as sinapses fracas são eliminadas dando lugar às mais eficientes e especializadas“, afirma a psicóloga Elseline Hoekzema, citada pelo Science Alert.
“A perda de volume da matéria cinzenta não representa necessariamente uma coisa má, pode representar um processo benéfico de amadurecimento”, destacou a psicóloga.
Quando se trata de mães pela primeira vez, os especialistas sugerem que a mudança pode ser um mecanismo evolutivo em resposta à adaptação às necessidades emocionais de um recém-nascido.
O estudo analisou as mulheres durante um período de até dois anos depois da gravidez, por isso ainda não é clara a duração dessas mudanças cerebrais.
Os cientistas também realizaram o mesmo teste em homens, mas os cérebros dos pais recentes não mostraram sinais de alterações relacionadas com a paternidade.
BZR, ZAP
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