(dr) RTP
Nuno Morais Sarmento
Nuno Morais Sarmento deixa duras críticas a Passos Coelho pela forma como tem gerido o processo da escolha do candidato do PSD à Câmara de Lisboa, nas próximas autárquicas. E assume que até poderia ter sido candidato, mas diz que agora é tarde de mais.
“Agora é difícil e o PSD tornou-o praticamente impossível“, refere Morais Sarmento, a propósito de uma eventual candidatura sua à Câmara de Lisboa, em declarações ao programa “Falar Claro” da Rádio Renascença.
O ex-ministro do PSD nota que teria aceite ser candidato à autarquia da capital “sem nenhuma hesitação” porque é a cidade onde vive e cujos problemas conhece.
“Se [me perguntassem o que] me motivaria mais disputar as eleições para a Câmara de Lisboa ou para a liderança do partido, diria ‘eleições para a Câmara de Lisboa'”, confessa Morais Sarmento, lamentando contudo, que agora é tarde de mais.
O modo como o processo de escolha do candidato social-democrata tem sido arrastado por Passos Coelho merece-lhe duras críticas e considera mesmo que “o PSD tem tido um comportamento autofágico”.
“O processo tem sido no mínimo muito confuso”, aponta Morais Sarmento, relevando que “parece um edifício construído do telhado para o chão que dificilmente alguma vez será sólido e seguro”.
Sobre um eventual apoio do PSD a Assunção Cristas, a candidata do CDS à Câmara de Lisboa, o ex-ministro social-democrata admite que é possível.
“Não vejo que exista algum obstáculo de princípio a que o PSD apoie uma candidatura do CDS à Câmara de Lisboa, mas, para que isso aconteça, tem de ser justificado e desejado pelos dois partidos e nunca surgir como uma solução de recurso ou de mal menos“, aponta Morais Sarmento na Renascença.
Sobre a recusa de Pedro Santana Lopes em ser o candidato do PSD, Morais Sarmento sustenta que isso “não é impeditivo de uma eventual [candidatura à] liderança do partido”.
“Pedro Santana Lopes tem a sua questão arrumada na sua cabeça há bastante tempo. O PSD é que não tinha a cabeça arrumada, pelo vistos. Porque enquanto aguardou por Pedro Santana Lopes, não definiu sequer uma estratégia”, lamenta Morais Sarmento.
ZAP
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