Sandra Silva Costa
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Declaração de interesses: quem vos escreve estas linhas é fã da festa carnavalesca – origem vareira oblige. Vai daí, confesso que não me revejo em nada no adágio popular que nos lembra que “a vida são dois dias e o Carnaval são três”. Em Ovar, há muito que é Carnaval, pelo menos desde Janeiro, e até ao rasgar dos fatos, terça-feira, é folia. Quantos três dias é que aqui não vão?
Carnaval, portanto, não interessa o tempo (o das horas e dos minutos e também o da chuva e o do sol) nem a geografia. Hoje, por exemplo, temos muitos carnavais para “jogar”, usando a terminologia que muitos usam na minha terra. Primeiro viajamos até Granville, cidade na Normandia que viveu durante séculos da pesca na Terra Nova e tem hoje para com os pescadores uma dívida de gratidão. “Na Terça-Feira Gorda, antes de saírem para o mar, estes homens corajosos viviam um ambiente festivo sem saberem que estavam a contribuir para preservar um evento que é um dos mais alternativos da Europa e Património da UNESCO”, escreve Sousa Ribeiro, que nos guia também por entrudos fora de circuito como são os de Montevideu, Porto Espanha, Binche, Basileia e Ptuj. Leia que vale a pena, mesmo que não seja adepto de máscaras e disfarces.
Se, por outro lado, for apreciador de cerveja, não perca a história de Cristina Gonçalves. Foi uma das primeiras mulheres cervejeiras em Portugal e a primeira portuguesa a frequentar o curso de especialização na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, uma espécie de meca da indústria cervejeira. Aos 70 anos, já reformada, voltou com a Andreia Marques Pereira à Unicer, empresa onde sempre trabalhou, e contou-lhe tudo sobre a sua paixão borbulhante. Ainda tiveram tempo para um almoço regado a cerveja, pois claro. Aqui conhece toda a história – e ainda fica a saber que vem aí uma nova Super Bock, a tempo de assinalar os 90 anos da marca. Saúde!
E acompanhar a cerveja com uma pizza? Não uma pizza qualquer, mas uma pizza com um hambúrguer dentro. A Forneria abriu portas no Parque das Nações, em Lisboa, e tem na cozinha Vítor Cunha, que explicou a Alexandra Prado Coelho o que é preciso para se ter uma pizza perfeita. A oferta é alargada, mas atrevemo-nos a sugerir o “hambúrguer gourmet de gorgonzola e trufa”, que no final de Janeiro ganhou o prémio Panini do festival Madrid Fusión. É “um hambúrguer envolvido numa massa muito leve, num óptimo equilíbrio”, que chegou para convencer o júri. Já se comia, não?
Hoje fico-me por aqui, vou tratar da fantasia para ir jogar o Carnaval. Se for daqueles que vai gozar um fim-de-semana prolongado, não se esqueça de passar por nós, temos sempre boas ideias para si.
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