quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Eutanásia: dia 1 de uma discussão difícil (& 3 provas de fogo para o PS)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director do Público
 
Bom dia!
Trump escolheu um juiz para o Supremo Tribunal dos EUA - e o nome não foi mal recebido. Neil Gorsuch foi classificado noite fora como um "conservador confiável", como um "defensor da liberdade religiosa" e como comparável a Scalia, o juiz que vai substituir. O perfil, as reacções e o processo de nomeação estão aqui explicados (o noticiário sobre Trump está nesta link, se quiser ir ver as últimas).
A Apple celebrou o sucesso do iPhone7, que devolveu a empresa ao crescimento. A venda de 78 milhões de telemóveis num só trimestre chegou para a marca ultrapassar a Samsung (aproveitando os problemas que o Galaxy deu). 
A NASA recebeu imagens incríveis dos anéis de Saturno. A nave Cassinni está mais perto do que nunca e apanhou detalhes que deixaram os cientistas de boca aberta. 
A janela de transferências foi low-cost. O Benfica confirmou Pedro Pereira e Filipe Augusto. O Sporting dispensou mais jogadores (e recebeu de volta alguns jovens). E o Porto ficou satisfeito com uma compra de 3 milhões. Lá fora a agitação foi um bocadinho maior, mas longe da euforia de outros tempos. Vai uma síntese?

As notícias do dia

A geometria parlamentar é uma história interminável. Só hoje contamos-lhe três histórias que obrigam o PS a cuidados redobrados:
Do Governo sai um aviso para a bancaa informação danosa vai dar prisão, ordena o decreto que já chegou ao Parlamento - e que parece destinado ao caso BES, explica o DN.
Paulo Macedo entra na Caixa com um problematem margem reduzida para mexer nos planos de Domingues, diz o Negócios; vários fogos por apagar, explica o Eco.
No capítulo "boas notícias futuras" anote estas duas: António Costa diz que a economia melhorou no fim de 2016 (mas os dados só chegam a meio do mês); e Portugal já garantiu mil milhões do Plano Juncker de investimentos (mas só mais tarde dará para confirmar se chegam ao terreno).
O que é certinho é um aumento de preços nos refrigerantespor via do novo imposto. Assim como foi certa a desaceleração nas vendas de casa, consequência do novo IMI.
Ontem, os McCann voltaram a ser notícia. Enquanto hoje a notícia é a detenção de seis suspeitos no Bairro 6 de Maio, na Amadora. Mas anote sobretudo o estudo feito pelo MAI: Mais de um quarto dos polícias que se suicidaram bebiam demasiado. Mas há dados muito diferentes dos da média nacional.

Eutanásia: hora de discutir 

“Declaro por minha honra, de cidadão e de militar, aos senhores médicos e familiares, que é da minha inteira vontade que me provoquem uma morte sem dor ou sofrimento, sendo este o meu desejo, a minha alegria e a alegria dos vossos corações seguido de uma salva de palmas.” No dia em que a Assembleia da República começa a discutir um dos temas mais sensíveis da actualidade, a Maria João Lopes conta-nos assim a história de uma mulher que luta pelo direito que o pai não teve: o direito a morrer sem sofrimento. E será legítimo, esse direito?
O debate da eutanásia começa com uma petição, mas promete ser longo (como convém, disse Marcelo ontem em jeito de conselho). Há quem aconselhe o referendo, como o presidente da Associação de Bioética, mas o BE e o PS não gostam da ideia. Há um partido à direita a propor uma ideia diferente, a de minimizar o sofrimento das pessoas em fim de vida. Mas o processo acabará na rara liberdade de voto dos deputados, aqui concedida pelas maiores bancadas - sendo que muitos deputados ainda não têm posição fechada sobre o assunto.
Porque falamos de eutanásia, é importante lembrar alguns casos controversos, ler os argumentos pró, assim como os que são contra. E assumir este como um debate de consciência individual, onde a democracia terá que se cruzar com responsabilidade, como pede o Editorial do PÚBLICO, hoje escrito pelo Amílcar Correia. Hoje lançámos o debate. Nos próximos meses trocaremos ideias justas sobre o assunto, como é nossa obrigação.
Hoje acontece
  • Entra em funções a nova administração da CGD, presidida por Paulo Macedo.
  • Mário Centeno é ouvido na Comissão de Trabalho e Segurança Social.
  • Fernando Medina e António Costa assinalam a passagem da Carris para a Câmara de Lisboa.
  • A RTP3 vai pôr Marcelo a comentar os populismos. É num programa novo, que estreia hoje.

Só mais um minuto 

Porque vai gostar de ver este vídeo: diferentes grupos vão entrando em cena silenciosamente. Há os "novos dinamarqueses", aqueles em quem confiamos, os que tentamos evitar, os do campo e os da cidade. Aparentemente, não têm nada a ver uns com os outros. Num microfone, alguém vai fazendo perguntas e os conceitos iniciais vão sendo desmontados. Os grupos vão-se misturando. O vídeo "All That We Share" foi criado pela televisão dinamarquesa TV2. Sim, foi o dia em que Donald Trump assinou aquele decreto presidencial, conta-nos o P3. Ora veja se não é bom.
E se cantarmos juntos uma música? 1000 músicos cantaram em uníssono um clássico dos Nirvana. E o resultado cheira a... "teen spirit".
Eu disse clássico? Ah, pois, é que já estou à espera desta promessa de Bob Dylan, um álbum triplo com versões de clássicos americanos. Se fosse a si não resistia ao vídeo que está no link.
Para nós, o PÚBLICO, sobra o clássico da informação - que é a nossa desafiante missão permanente. As notícias seguem-se, minuto a minuto.
Um dia feliz e produtivo. Até amanhã!

______________________________________


Nenhum comentário:

Postar um comentário