terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Lembra-se da estratégia de António Domingues? Assim percebe-a melhor

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Uma acusação ao regime sírio: a Amnistia Internacional diz que muitos opositores de Assad morreram à fome e por tortura, contabilizando cerca de 13 mil enforcamentos. A organização humanitária chama-lhe "extermínio".
Israel aprovou retroactivamente a legalização de colonatos, com uma lei que desafia não só a Autoridade Palestiniana, como também a comunidade internacional. O Guardian explica como.
A Roménia viveu o sétimo dia de protesto, em noites de temperaturas negativas, que chegaram a ter cerca de 300 mil pessoas na Praça da Vitória, em Bucareste. E conta a Maria João Guimarães: "A dada altura os manifestantes accionam as luzes dos telemóveis e a praça ilumina-se em flashes. Uma menina tem um cartaz que diz: 'Estou numa aula de História'. Os romenos mantiveram-se na rua a protestar contra o Governo, apesar de este se comprometer a retirar uma polémica lei que descriminalizava abusos de poder. Esta história é mesmo para ler.
Trump acusou imprensa de esconder atentados terroristas. “Em muitos casos a imprensa muito, muito desonesta não quer relatá-lo. Eles têm as suas razões, e vocês compreendem isso”, disse o Presidente. Horas depois, lá veio uma lista dos ataques escondidos. E incluem (imagine o quê). 

As notícias do dia

Primeiro a banca:
Tanto que aqui falámos do plano de António Domingues para a Caixa (com um palavrão difícil, chamado "imparidades"). Mas hoje temos duas notícias que mostram como essa estratégia tem implicações muito concretas na vida real. É importante perceber o contexto: a Caixa é credora de muitas empresas, algumas das quais em sérias dificuldades. Uma delas é a Soares da Costa, cujo plano de reestruturação foi aprovadomas com os votos contra do banco público. Registar imparidades é isto: dar o crédito como perdido, mesmo que implique o fim dessa empresa. Outro caso, também aqui retratado: a Caixa deixou cair o projecto da Quinta do Lagoonde tem “enterrados” 278 milhões (falando nós de um projecto apoiado por Armando Vara e Santos Ferreira, num mandato polémico à frente do banco).
A questão do crédito malparado é um problema também para o Novo Banco, que vê o Lone Star pouco interessado em assumir alguns desses créditos, como os de José Guilherme, um amigo de Ricardo Salgado, e Joe Berardo (a notícia é do Negócios)Por isto tudo, o Governo decidiu concentrar num único homem a resolução dos problemas da banca. Com um apoio inesperado da OCDE (uma organização preocupada com o nosso país) e com uma protecção total do Presidente Marcelo.
Para evitar outros problemas (mais parecidos com os dos lesados), o Governo quer também apertar as regras para a bancaA notícia é da Liliana Valente.
Já que entrámos na política, passemos pela política:
Cavaco Silva lança esta semana um livro para falar do passado. O ex-Presidente quer "prestar contas" (ler "prestar" e não "acertar"). Sendo que ontem se mostrou preocupado com o euro e com as lideranças políticas.
Olhando para o futuro, o Governo mostra hoje as novas linhas do Metro do Porto. Ainda demorarão a chegar, mas os clientes já estão identificados
Sem saber como acaba, os partidos abriram uma janela para rever o acordo ortográfico. O presidente da Academia das Ciências de Lisboa vai hoje à Comissão Parlamentar de Cultura apresentar a sua proposta de melhorar o Acordo sem o deitar fora. Do PS, uma ex-ministra da Cultura diz isto: "Ninguém nega a vantagem de haver acertos".
Outro tema que regressa é o da fusão das secretas. Sob proposta do Conselho de Fiscalização, diz o DN.
Duas notas soltas ainda:
Porque há um relatório sobre indisciplina nas salas de aulas, que talvez queira conhecer (com notícias menos más, digamos assim).
E porque há notícias lá fora que é importante lerum escândalo na campanha em Françauma surpresa nas sondagens alemãs.

Opinião, para discutir 

João Miguel Tavares diz que A Fitch já topou o sr. Costa. Paulo Rangel diz que o PCP e o Bloco estão muito mais próximos de Trump do que a direita (numa resposta directa a Pacheco Pereira). Sobre o mesmo tema vale a pena lembrar o que dizia o nosso Vicente Jorge Silva, assim como o Rui Tavares (analisando este e outros populismos)
A propósito, leia também a Esther Mucznik sobre "o homem da melena amarela" (isso, ele mesmo) e do que podemos vir a sofrer com ele. 
Noutro plano, mais interno, Moisés Ferreira (do Bloco de Esquerda), contesta o relatório sobre a PPP do hospital de Cascais (e as contas também). Enquanto Bagão Félix, no Tudo Menos Economia, dedica um texto a uma pergunta sobre a eutanásia ("porquê tanta pressa?"), a par de Miguel Oliveira da Silva, ex-presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que se dedica à hipótese de um referendo.
E porque a opinião não tem que ser apenas sobre o fim do mundo, também pode ser sobre o princípio das coisas, aqui fica o Hugo Daniel Sousa a falar sobre as fotos dos nossos filhos no Facebook e o Miguel Esteves Cardoso deliciado com a Agustina, mas não com as curgetes.  
Hoje acontece
  • Dois testes a Trump: um tribunal decide sobre o seu decreto anti-imigração, ainda com hipótese de recurso; e a sua escolhida para a pasta da Educação pode chumbar no Senado, numa votação que será sempre histórica.
  • Termina a OPA lançada pelo CaixaBank sobre o BPI (mas os resultados só virão amanhã).
  • António Costa apresenta um plano de investimento nas ligações a auto-estradas.
  • Marcelo entrega os prémios L'Oreal para a investigação científica - no feminino.

Um minuto para respirar fundo

E se um treinador caído em desgraça acabasse campeão, depois de responder a um anúncio na internet?

Ouvindo tudo isto, dirá que o mundo está meio louco - mas talvez ainda tenha salvação. Com uma pitada de sorte, ainda lhe passo um belíssimo sorriso, para começar bem o dia. 
Que seja produtivo, que seja bem feliz.

Encontramo-nos por aqui?
Até já!

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