O deputado do PS por Beja contestou hoje a prospeção de petróleo na Bacia do Alentejo, que considera "inaceitável", "lesiva" para o desenvolvimento e um "rude golpe" na afirmação da costa alentejana como "destino turístico de excelência".
A autorização para o consórcio Eni-Galp iniciar as operações de prospeção de petróleo com perfuração na Bacia do Alentejo, entre Aljezur (Algarve) e Sines (Alentejo), é "um rude golpe na estratégia de afirmação da costa alentejana como espaço turístico de excelência" e, por esta razão, "não pode merecer a nossa mínima concordância", refere Pedro do Carmo.
A posição do deputado socialista surge numa pergunta que dirigiu ao ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e enviou hoje à agência Lusa sobre a prospeção de petróleo na Bacia do Alentejo.
Através da pergunta, Pedro do Carmo quer saber as razões que levaram o Governo PS a ter "diferentes decisões" nas concessões de direitos de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo em Portugal e se não havia condições para reverter a concessão para prospeção na Bacia do Alentejo como aconteceu com as concessões no Algarve, em Lisboa e no Porto.
O deputado também quer saber, em caso de concretização da prospeção na Bacia do Alentejo, "qual o nível de acompanhamento da situação e das operações que o Governo, numa lógica de transparência e de confiança, está disponível para assegurar aos representantes eleitos e às populações".
Pedro do Carmo quer saber ainda como o Governo pretende "concretizar sinais de investimento e de valorização ambiental e do território no sentido inverso ao da prospeção" face à "evidência" de que a autorização da prospeção de petróleo na Bacia do Alentejo "contraria o esforço que estava a ser desenvolvido pelas estruturas regionais e pelas autarquias na afirmação económica, cultural e turística do Alentejo como espaço com oferta de qualidade".
Segundo o deputado, a autorização dada ao consórcio Eni-Galp vai "reforçar os riscos ambientais, através da prospeção de combustíveis fósseis", quando se pensava que "o caminho era o de continuar o esforço de requalificação da orla costeira consolidados com anos de trabalho" do Polis Litoral Sudoeste, das autarquias locais, de organizações ambientais e do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina.
"Sendo certo tratar-se de um processo antigo, a questão central que se coloca é a de saber se foi feito tudo para impedir este retrocesso na estratégia de desenvolvimento e de afirmação da costa alentejana como destino de praia e natureza", que tem sido a seguida pelos municípios locais, como os de Odemira e Aljezur.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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