O Presidente da República congratulou-se, em Coimbra, com o défice de 2,1% do PIB, considerando que é possível atingir o mesmo objetivo nacional com governos e políticas diferentes.
"Acho que há duas boas notícias. Uma é de que é possível com governos diferentes, com políticas diferentes, por caminhos diferentes, realizar o mesmo objetivo nacional, que é o controlo do défice, e isso é bom para o pluralismo e para democracia em Portugal", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado, que falava à entrada para um jantar com estudantes da Universidade de Coimbra, que assinalaram o 55.º aniversário do Dia do Estudantes, salientou ainda que o valor do défice confirma que "os governos são diferentes, mas o povo é o mesmo, é um grande povo, o herói deste feito".
"Foi isso que eu expliquei em Bruxelas e foi isso que em Bruxelas se viu com admiração e com apreço, porque ao longo destes anos há uma constante, que é a capacidade dos portugueses de realizar este objetivo nacional", frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que "o povo merece, mais do que os governos e os políticos, que depois do que fizeram ao longo destes anos seja reconhecido o seu esforço e sacrifício através da saída do processo de défice excessivo".
Sobre a emissão de dívida de obrigações realizada na quinta-feira pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse discordar de várias análises já conhecidas e considerou que se tratou de uma "operação nova, que abriu caminho a outras operações de bancos e empresas portuguesas".
"Trata-se de obrigações perpétuas, não são ações, não são obrigações a cinco, 10, 15, 20 a 25%, isto é quem compra nunca receberá o capital. Terceiro, a emissão ocorre num momento em que a inflação não é zero por cento mas 1,7% ", sublinhou o chefe de Estado.
A CGD realizou na quinta-feira uma emissão de obrigações perpétuas de 500 milhões de euros a uma taxa de 10,75%, "quando os bancos responsáveis pela colocação apontavam para 11 a 11,5%".
"Portanto, somem os fatores todos e vejam que não é comparável emitir obrigações perpétuas a 10,75% como emitir a 10 anos, há um ano, com menos 1,7% de inflação, a um valor inferior", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, salientando que, "talvez por isso, os meios financeiros e os meios europeus tenham reagido favoravelmente à emissão".
Lusa
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