O USS Carl Vinson estava num exercício com a marinha australiana, a mais de 5600 quilómetros do Mar do Japão
"A medida parece mostrar que os Estados Unidos entendem o quão grave é a situação que se vive na península coreana". A frase é de Moon Sang-gyun, porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, a 10 de abril, quando anunciou o envio do porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson para a península.
Enviar o navio para o Mar do Japão deveria supostamente enviar uma mensagem a Pyongyang, ao mesmo tempo que existiam preocupações dos EUA e seus aliados de que a Coreia do Norte pudesse continuar a conduzir testes nucleares.
Acontece que, de acordo com o New York Times, na mesma altura em que se dizia que o USS Carl Vinson estava a caminho da Coreia, este estava sim a tomar parte num exercício com a marinha australiana no Oceano Índico.
Ou seja, o porta-aviões estava a mais de 5600 quilómetros da península coreana.
Esta terça-feira, fontes da Casa Branca afirmaram ter confiado nas indicações do Departamento de Defesa e admitiram que houve "uma série de eventos" - desde um anúncio prematuro a uma explicação errada de Jim Mattis, secretário da Defesa norte-americano - que perpetuou a ideia de que o USS Carl Vinson estaria mesmo a caminho da península da Coreia, como uma tomada de posição de Donald Trump.
Esta história talvez nunca tivesse vindo a luz se a própria marinha norte-americana não tivesse partilhado uma fotografia do navio no Estreito de Sunda, que separa as ilhas de Java e Sumatra, na Indonésia. A imagem foi capturada no sábado, quatro dias depois do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, ter descrito uma intervenção no Mar do Japão.
O USS Carl Vinson está, neste momento, realmente a caminho do Mar do Japão e da Península Coreana, onde deverá chegar na próxima semana.
A Casa Branca recusou comentar o caso, remetendo qualquer esclarecimento para o Pentágono.
O New York Times diz ainda que, em privado, alguns oficiais mostraram espanto devido ao facto de o Pentágono não ter corrigido as informações, dado que Sean Spicer e o general McMaster, conselheiro de segurança nacional, respondiam publicam a questões sobre o caso.
Fonte: DN
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