terça-feira, 18 de abril de 2017

IRS baixa por fases, até 2019// Há 95 mil jovens sem vacina do sarampo


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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
A Coreia do Norte avisou outra vez: o conflito nuclear "pode começar a qualquer momento". Kim In-ryong, embaixador adjunto na ONU, usou até um termo diferente: "Guerra termonuclear". E se está a pensar naquele míssil coreano que só voou durante 5 segundos, leia o que escreve o Alexandre Martins: o que foi piada na Internet esconde uma verdadeira ameaça. E pergunta o João Ruela Ribeiro: será que nos podemos valer da aliança Xi-Trump?
Falando nele: Trump ligou a Erdogan para o felicitar pelos seus novos poderes. Como anota o The Guardian, o Presidente americano contrastou com o seu próprio Departamento de Defesa, que pediu ao líder turco respeito pelos direitos fundamentais. Já voltarei a este tema, para lhe dar outros pontos de vista.
Nicolas Maduro mandou os militares para as ruas da Venezuela, em pleno dia de protesto da oposição. E anunciou o aumento das milícias, com uma promessa: "Uma espingarda para cada miliciano"
O Facebook vai rever o tratamento dado a vídeos violentos. A medida surge depois do homicídio de um idoso na cidade norte-americana de Cleveland e que foi filmado em directo na rede social.

As notícias do dia  

Começo pelo surto de sarampo, mostrando-lhe um número grande demais: 95 mil crianças e jovens não estarão vacinados - porque há pais que se esqueceram de vacinar filhos, pessoas em situação económica vulnerável ou imigrantes em situação irregular, casos que preocupam os especialistas. A verdade é que há 21 casos confirmados em Portugal, um dos 14 países europeus onde o surto apareceu. Ainda assim, a verdade é que Portugal não aderiu à moda antivacinação, mas as autoridades não parecem descansadas. E é aqui que entra a discussão: as vacinas devem ser obrigatórias? Os especialistas respondem assim. Mas há outra sugestão em cima da mesa: será necessário antecipar vacinação de bebés? Uma ex-ministra sugere que sim. Se quiser saber ainda mais sobre o caso, o Observador tem um guia com 9 perguntas e respostas à medida.
Agora a nossa manchetea redução de IRS pode ser faseada, até 2019. A líder do Bloco de Esquerda admitiu ontem uma solução de consenso para um dos dossiês mais difíceis do próximo orçamento - e o Governo, soube o PÚBLICO, compra a ideia: se a reforma dos escalões do IRS se mostrar demasiado custosa, será possível fasear a medida, de forma a que esta seja aplicada em 2018 e 2019, precisamente o ano das próximas eleições legislativas. No próximo ano é que não há mais margem de manobra - só há mesmo 200 milhões para a medida. A negociação virá lá para Outubro, mas Marcelo pode estar descansado com o Programa de Estabilidade (mesmo que, como diz o Negócios, 40% da redução do défice não esteja lá explicada).
Agora veja quem voltou: Vítor Gaspar quer limitar margem política nos orçamentos. O ex-ministro lançou um livro com esta tese interessante“Além da proximidade das eleições, os desvios face ao comportamento correcto são explicados por outras variáveis políticas, como a ideologia do Governo e, mais importante, a fragmentação política.”
A fragmentação política é evidente no Novo Banco. O PSD quer a renegociação do empréstimo aos bancos, o PCP leva a votos o Novo Banco Público e o Bloco um desconforto com a venda. No fim, nada deve mudar a opção do Governo (a menos que esta acção em tribunal tenha efeitos).
A redução de alunos por turma também não gera consenso. Bloco e PCP acham que o Governo está a mudar pouco demais.
Mas na Saúde há uma boa notícia: os hospitais ligados a centros de saúde têm taxas de reinternamento mais baixas. Mas há também uma decisão em espera: o que é que vai mudar na lei do tabaco? Certo, certo, temos isto: o tabaco aquecido paga menos imposto que os cigarros normais mas custa o mesmo.
Falando de custos, o preço do gás vai baixar para 240 mil famílias já em Julho
Já que falamos de boas notícias, registe esta (meia) promessa do ministro da Culturaa fortaleza de Peniche deverá ser um Museu Nacional da Resistência. Será?

Para nos pôr a pensar

1. A vitória curta do 'sim' foi o pior resultado para a Turquia, escreve a Maria João Guimarães. Erdogan ganhou poderes com apenas 51,4% dos votos, num referendo contestado por observadores e pela posição. As duas Turquias que se mostraram na campanha estão cada uma mais entrincheirada na sua posição. A isto chama-se uma perigosa divisão.
Mas, e o que é que isso vai trazer? Diz o Jorge Almeida Fernandes: "O assunto não diz apenas respeito aos turcos. Pode redundar num desaire estratégico para Europa". E ainda acrescenta Álvaro Vasconcelos, porventura numa posição que nos desconcerta: "Não se pode continuar a brincar com a adesão da Turquia. O compromisso claro de que uma Turquia que retome o caminho das reformas democráticas será a prazo membro da União seria a melhor forma de contrariar a sua deriva autoritária, mas também de dar um sentido, tão necessário, ao projecto de uma casa europeia democrática". Para saber mais, é só seguir os links.

 2. Felwine Sarr na luta pela representação de África. Os africanos devem dominar a narrativa sobre si próprios e definirem os termos em que as suas instituições e economia operam. O economista senegalês (que também é músico e teórico) vem amanhã ao Teatro Maria Matos, em Lisboa, falar de Afrotopia. A Joana Gorjão Henriques esteve à conversa com ele e percebeu isto: nem afropessimista, nem afroeufórico, Felwine Sarr é afro-realista
3. Nas noites da Praia, mandam as músicas crioulas e imprevisíveis. Depois do AME, as noites da Cidade da Praia foram preenchidas pelo nono Kriol Jazz. Roberto Fonseca, Pat Thomas, Elida Almeida e Leyla McCalla deixarão sôdade, diz o Gonçalo Frota, que andou por lá e nos deixa... inveja.

Hoje na agenda
  • Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir o PCP, o PEV, o PAN e o CDS-PP, ainda para medir a temperatura antes da discussão do Programa de Estabilidade.
  • A Fenprof promove uma concentração de protesto. É em Lisboa às 15h00 (cuidado com o trânsito).
  • A decisão judicial sobre a eleição de Tomás Correia, para a presidência da Associação Mutualista Montepio Geral, chega hoje às alegações finais.
  • Assinala-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Há 910 actividades marcadas em 176 concelhos.
  • Noite de Liga dos Campeões à vista, com a segunda mão do Real Madrid-Bayern Munique, mas também o Leicester-Atlético de Madrid.

Só mais um minuto  

Dos concertos na Cidade da Praia à loucura de Coachella. E perguntam-me os meus amigos: o que é que se vê num dos maiores festivais de música da actualidade? E eu respondo: nós no cabelo para cima, roupa interior para baixo. Vá, eu traduzo: vê-se de gente da moda, a fazer-nos inveja (outra vez).
Mas a inveja não é um exclusivo nosso, não é mesmo. Ora veja o que diz o El Pais do nosso Salvador Sobral (milagre é outra coisa, senhores). Ou o que diz o The Guardian de Lisboa (de joelhos não, de boca aberta).
É por aqui que termino, com esta pitada de auto-estima - e a promessa de outros sorrisos quando voltar à nossa companhia. E de notícias, claro que também.  
Tenha um dia bom. Até já!

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