O presidente do Brasil terá sido gravado a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e negociar outros favores.
A denúncia diz respeito a um encontro no dia 7 de março às 22h30 entre Temer e Joesley Batista, dono da JBS, uma das maiores produtoras de carne no Brasil, e alvo do processo da Lava Jato.
Segundo o Jornal Globo, Joesley terá levado um gravador de áudio para a conversa em que é possível ouvir o presidente não só a confirmar o pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e a outros acusados, mas reforçando a importância de manter estes subornos em troca do seu silêncio.
Na mesma gravação, o dono da JBS pede ajuda a Temer para resolver uma questão pendente envolvendo a holding J&F e o governo. Em causa estaria a revenda de gás boliviano pela Petrobras a uma central hidroelétrica pertencente ao grupo de Joesley. O presidente autoriza "o favor" e remete o problema para Rodrigo Rocha Loures, um dos seus homens de confiança e que teve o cargo de assessor especial de Temer até março deste ano, altura em que voltou ao cargo de deputado na Câmara.
A Polícia Federal teria depois seguido o rasto destas pistas e registado as respetivas entregas de dinheiro, identificado os intermediários e feito novas gravações com figuras do círculo político e de confiança do presidente do Brasil.
Além de Temer, também Aécio Neves, senador do PSDB e ex-candidato presidencial, terá sido gravado pelo dono da JBS a pedir mais de meio milhão de euros em subornos. O destino do dinheiro teria sido a conta de uma empresa do senador Zeze Perrella, amigo de longa data de Aécio.
É ainda difícil medir os efeitos políticos desta denúncia. Michel Temer corre o risco de ser alvo da abertura de novo processo de impeachment no Congresso.
Da mesma forma, o presidente tem agora a vida mais complicada no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral de outro pedido de destituição pendente. Isto porque estão marcadas para junho as audiências no caso que avalia se houve ou não crime na candidatura conjunta de Dilma e Temer à presidência da República.
Outra hipótese em cima da mesa é a renúncia ao cargo, mas até ao momento não há qualquer indicação neste sentido.
Fonte: TSF
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