O mercado temporário que vai realojar os comerciantes do Mercado do Bolhão, no Porto, deverá começar a funcionar em setembro, altura em que arrancam as obras de reabilitação do espaço original.
"Eu espero que em setembro esteja a funcionar [o mercado temporário do Bolhão]. Estamos em concurso público, como sabem, poderá haver algum problema, mas à partida o cronograma é este. Depois [o Mercado do Bolhão] fechará para obras e demorará dois anos", declarou Rui Moreira, após uma visita ao mercado temporário do Bolhão, no piso -1 do Centro Comercial La Vie Porto Baixa (antigo 'shopping' Gran Plaza), a "230 passos" de distância do atual Bolhão.
Inicialmente, a data prevista para a empreitada de restauro e modernização do Bolhão era o início no 2.º trimestre de 2017, bem como para a construção de um túnel de acesso a uma cave logística no mercado - para cargas/descargas, mas, com a nova data avançada hoje pelo autarca, há um atraso de três meses.
Rui Moreira frisou que era "impensável" fazer as obras no Mercado do Bolhão com os comerciantes no seu interior e recordou também que quando chegou à Câmara do Porto havia várias hipóteses para o mercado temporário do Bolhão, como o Campo 24 de agosto, parque de estacionamento da Trindade, Silo Auto ou a Casa Forte, mas considerou-as "péssimas".
A a autarquia optou, então, pelo centro comercial La Vie para não atrasar a obra do Bolhão e por ser a solução mais "confortável", com capacidade para instalar todos os comerciantes durante dois anos, com "condições ótimas para cargas e descargas" e com cais de embarque, por exemplo.
Em declarações aos jornalistas, Rui Moreira garantiu ainda que o Mercado do Bolhão reabrirá "como o mercado municipal de frescos" e que a Câmara Municipal do Porto vai garantir "os direitos históricos" aos comerciantes do Bolhão, lugar que também terá espaço para outros vendedores que lá se queiram instalar, "desde que se integrem nas atividades que estão previamente definidas", referiu.
As obras de reabilitação do Mercado do Bolhão têm uma duração de dois anos e o custo total da operação é da ordem dos 27 milhões de euros, incluindo a adaptação do espaço do mercado temporário, as empreitadas de desvio de águas e construção do túnel e o processo de criação de imagem e promoção do mercado.
O Mercado do Bolhão é um edifício classificado como monumento de interesse público desde 2013 e tem atualmente 129 comerciantes, com uma média de idade na casa dos 67 anos - 47% deles já ultrapassou a idade de reforma.
Rui Moreira frisou que o atual Mercado do Bolhão já não obedecia às atuais exigências.
"Nós precisamos de um mercado que tenha condições para todos, para os clientes, para os comerciantes (...). Acho que este era um projeto muito consensual na cidade. Era preciso avançar, agora está em marcha", declarou.
Fonte/Foto: JN
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