A cidade de Viseu tem novas "paisagens urbanas e rurais" que foram criadas a propósito da terceira edição do Festival de Street Art, que aconteceu entre quinta-feira e domingo.
As dez novas criações (entre as quais uma instalação) juntam-se assim aos 18 murais já existentes na cidade e que foram executadas nas anteriores edições do evento que acontece no âmbito do Tons da Primavera. O roteiro de Street Art viseense tem agora a oferecer aos residentes e visitantes um total de 28 trabalhos.
Este ano, o festival foi alargado a quintas vinhateiras, a escolas e a uma instituição social. É na APPACDM de Viseu - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental que se encontra uma das obras mais "impactantes" desta terceira edição do Street Art. No edifício da organização, o coletivo espanhol Pichi & Avo assinou um mural que recorda os deuses greco-romanos e onde a temática do vinho também está presente.
Nas escolas foram feitas igualmente trabalhos que "saltam à vista". Na Ribeira, Pedro Podre fez um retrato que presta homenagem às várias facetas do capitão Almeida Moreira, fundador do Museu Grão Vasco e autarca. Na Balsa, o húngaro Breakone deixou na tela do estabelecimento de ensino uma representação de um pavão, um dos animais que habita o parque do Fontelo, da cidade. Na escola primária de S. João de Lourosa, ADD Fuel realizou um trabalho em que a azulejaria portuguesa é o principal foco, sem esquecer o vinho. Já Jorge Abade escolheu pintar uma flor na instituição de ensino de Loureiro de Silgueiros.
Tamara Alves deixou a sua marca na Quinta de Chão de S. Francisco onde executou uma representação do Deus do vinho Baco numa parede de uma adega. O coletivo Rua, representado por cinco criadores, entre os quais DRAW, o curador do festival, realizou uma obra em 360º na quinta da Falorca. Em todas as paredes de uma estrutura de apoio da herdade os artistas deixaram representações alusivas às vinhas e não se esqueceram dos coelhos existentes na zona.
A dupla viseense Luís Belo e Ana Seia de Matos inspirou-se nos elementos que encontrou na quinta Pedra Cancela para pintar as quatro paredes e um portão de um anexo que serve para guardar lenha. O amarelo e o vermelho, curiosamente as cores da cidade, são os elementos centrais. A obra contém representações de uma pomba, um idoso a fazer a vindima e uma garrafa a derramar vinho. Na quinta de Turquide, quatro jovens estudantes de Artes Plásticas na Escola Superior de Educação de Viseu escolheram pintar dois portões. À primeira vista quem olha para o trabalho deste coletivo intitulado Ergo Bandits pode pensar que se trata de arte abstrata, mas não. Estes criadores optaram por colocar nos portões as imagens de um amor-perfeito colhido num jardim da cidade, ampliado 200 vezes ao microscópio, e de um cacho de uvas, aumentado 400 vezes.
Já a quinta de Reis possui a primeira e única instalação criada no festival da autoria do viseense Tiago Lopes, que se inspirou nas pipas que guardam o vinho e na vindima feita apenas pelos homens.
Fonte: TSF
Foto: José Ricardo Ferreira
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