sexta-feira, 14 de julho de 2017

Espanha: Menina de oito anos morre após ser torturada durante 12 horas pelo tio

Uma menina argentina de oito anos foi alegadamente torturada durante 12 horas pelo irmão do seu padrasto, em Sabiñánigo, na província espanhola de Huesca, quinta-feira, dia 6. Naiara Abigail Briones foi levada para o hospital, mas acabou por morrer na sequência dos ferimentos.
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Naiara vivia com o tio e a avó - irmão e mãe do seu padastro. Durante meses a fio, terá sofrido agressões psicológicas e físicas. Na semana passado, o seu tio, Iván Pardo Peña, de 33 anos, terá trancado a menina num quarto para torturá-la. Ao final de mais de 12 horas, chamou os serviços de emergência médica.
A criança foi encontrada pelos paramédicos com contusões e cortes em todo o corpo, sinais de ter estado amarrada nos pulsos e tornozelos e grandes golpes na cabeça. Os joelhos da menina encontravam-se em carne viva. Os médicos acabariam por diagnosticar um edema cerebral e uma rotura no baço.
Naiara ainda foi assistida com vida e levada para o Hospital Miguel Servet, em Saragoça, mas acabou por morrer no dia seguinte.
A gravidade e o tipo de lesões que a criança sofreu levaram os especialistas a questionar a versão inicialmente avançada pelo alegado agressor - de que a menina teria caído pelas escadas. O homem de 33 anos acabou por confessar que era responsável pelas atrocidades sofridas por Naiara, tanto na ocasião que levou à sua morte, como em ocasiões passadas.
Fontes citadas pelo jornal espanhol "El Mundo" afirmam que tanto o padrasto como a avó "não viam mal nenhum" nos castigos que Iván infligia à menina. Segundo as mesmas fontes, o alegado homicida cresceu num ambiente de maus-tratos e considerava a punição física como uma forma "normal" de educar uma criança.
Naiara fora afastada da mãe pelo padastro, que a enviou para casa dos familiares como castigo por "se recusar a estudar", escreve o jornal "El Mundo". O pai biológico, que vive no Chile, veio a saber da morte da filha através da imprensa espanhola e exige agora justiça.
Adolfo Briones, de 30 anos, terá conhecido a mãe de Naiara na Argentina, através da Internet. Estiveram juntos durante três anos, relação da qual nasceu Naiara. Há cinco anos que o homem não via a filha. De acordo com o jornal "El País Digital", o pouco que Adolfo Briones sabia sobre a filha resultava das conversas esporádicas que tinha com a ex-companheira. A mulher terá inclusive confessado que a família do namorado "não tratava bem a Naiara".
Através das redes sociais, o homem está a pedir ajuda para viajar para Espanha e repatriar os restos mortais da menina, que foi enterrada na segunda-feira, em Sabiñánigo. Por sua vez, através de um comunicado divulgado esta terça-feira, a mãe da menina e o seu companheiro desejam que os restos mortais permaneçam num cemitério local.
Em Sabiñánigo, cuja população mal ultrapassa as 9 mil habitantes, algumas pessoas repararam no estado da criança: "Eu vi-a todos os dias pela minha rua a caminho da escola. Nunca dei conta de que estaria a sofrer maus tratos. Mas vi-a magrinha e abatida".
Ivan Pardo Peña está, desde sábado, em prisão preventiva e sem fiança por suspeita de homicídio. O alegado agressor está detido na prisão de Zuera, em Saragoça.
JN

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