O Pavilhão Municipal de Mira foi se compondo pouco a pouco. Com bom público no primeiro encontro, quase que ficou repleto aquando da segunda partida da noite. Público, vibração, emoção até ao fim e, como se isto não bastasse, também aconteceram as habituais reclamações sobre a arbitragem... Estamos em Portugal, pois claro!
O que importa salientar é que foram quatro grandes equipas a suarem as estopinhas para poderem ter direito a chegar a uma final tão desejada. Primeiro foram o Seixo e Ramalheiro e depois o Domus Nostra e Praia de Mira, quem fizeram as delícias de uma plateia entusiasta que soube empurrar as suas equipas rumo ao objetivo que tinham em mente.
Não faltaram as picardias, as entradas mais durinhas (não se confunda durezacom maldade, pois esta nunca existiu), as reclamações e a pressão sobre a dupla de arbitragem (sejamos honestos, esta falhou a favor e contra as quatro equipas).Não faltaram as palavras mais duras e até (infelizmente) algumas cenas menos próprias de alguns jogadores do Seixo, quando acabou o seu encontro, junto a um dos árbitros. Por mais razão que tivessem para estarem zangados, nada justifica o ato de se puxar a camisola do árbitro contestado e, muito menos, ter de segurar um atleta para evitar que este consuma uma agressão!
Foram momentos que não estavam no programa de uma noite que se desejava de festa e camaradagem. Mas, quanto a todos os outros instantes da noite... aí sim, houve excelente futsal!
O Ramalheiro carimbou a sua passagem à final, fruto de um resultado de 2x1 que podia ter caído também para o lado do Seixo, tamanho foi o equilíbrio de forças em campo. Pedro Moço abriu o ativo enquanto Zorro empatou a partida ainda na primeira parte. Na segunda, já bem perto do fim, Lando (que grande jogador, este!) acabou por ditar o resultado final, fruto de um erro da arbitragem que não sancionou uma falta a favor do Seixo na mesma jogada. Daí, a enorme contestação...
Já no segundo encontro, o Domus Nostra e a Praia de Mira pareciam estar a disputar a própria final. Outro grande encontro, este... que teve direito a prolongamento!
Já sobre o final da primeira parte, Zé marcou para os da Praia e levou para os balneários a esperança desta equipa destronar o atual campeão do Torneio. Mas, não durou muito esta esperança: pouco depois do recomeço, Cláudio, o abono de família da turma de Portomar recolocou a igualdade no placar.
Toma lá, toma cá, como acontece no futsal, a vitória acabou por não aparecer para nenhum dos lados durante o tempo regulamentar, obrigando ao público a sentir emoção por mais 10 minutos no prolongamento. E foi na primeira fase deste que... Cláudio (quem mais poderia ser?) acabou por colocar o Domus Nostra na final. O único senão da jogada deste golo é que, quem conhece este jogador, sabe que nunca deve-se vir para trás enquanto ele prepara o remate forte e colocado que detém. Ou alguém dá o corpo ao manifesto ou arrisca-se a ver a bola entrar na baliza!
Em suma, a final Ramalheiro x Domus será antecedida por um Seixo x Praia na disputa pelos 3º e 4º lugares, mas, a ordem bem podia ter sido inversa, dado ao nível de equilíbrio que todas as equipas detém perante as adversárias. A final caiu para os lados de Portomar e do Ramalheiro... e, ninguém é capaz de apostar cegamente num vencedor para este encontro!
Francisco Ferra
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