David Dinis, Director
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Bom dia!
Trump prometeu uma baixa de impostos para a classe média, alargada também para os que menos recebem ("to bring back main street", disse o Presidente esta noite). Mas as contas que um organismo independente fez ao plano (ou ao que se conhece dele) mostram que 60% dos benefícios vão direitinhos aos mais ricos, conta o site Quartz esta manhã.
O Harvey espalhou inundações ao longo de 600 quilómetros: a tempestade já chegou ao estado do Louisiana, provocou mais seis mortes durante a noite e deixou um perigoso alerta de incêndio numa fábrica de químicos.
No sul da Ásia, as inundações são ainda mais perturbadoras. De acordo com o The Guardian, há já registo de 1200 mortes na Índia, Nepal e Bangladesh, com milhões de pessoas a serem obrigadas a sair de suas casas e 1,8 milhões de crianças afastadas das aulas. O horror mostra-se assim.
Já no Brasil, um juiz suspendeu um decreto de Temer que extinguia a reserva natural na Amazónia (do tamanho de meio Portugal), abrindo esta área protegida à exploração das grandes empresas internacionais de extracção mineira. Já voltarei a Temer - porque hoje passa um ano sobre a destituição de Dilma e há mais links para lhe deixar.
Uma nota ainda para o novo iPhone 8, que a Bloomberg garante já ter visto - e revisto. Ao que parece, o botão da frente desapareceu.
No Público hoje
Lá se foi a paz social. Com várias ameaças de greve sectoriais, com um protesto em curso dos professores, com a ministra da Justiça a dizer que não há dinheiro para aumentar os juízes, com uma ameaça de nova greve na PT e uma greve em curso na Autoeuropa (com muitos contornos políticos), a UGT escreveu a Mário Centeno, acusando o Governo de desvalorizar os sindicatos e ameaçando com uma greve na função pública.
É claro que há uma conta por trás do conflito. O Orçamento do Estado de 2018, que o Governo começou finalmente a negociar com a esquerda. E já com uma proposta formal: mais famílias com isenções de IRS. Mas o Bloco também fez mais uma exigência: saber as próximas fases das reformas antecipadas.
Quem se meteu no campo de batalha foi Cavaco Silva, saindo do silêncio do Convento do Sacramento com recados ao Governo e com um fato anti-Marcelo. O ex-Presidente teria lançado belas discussões, mas o registo cáustico (como diz hoje a Sofia Rodrigues), acabou por torná-lo num alvo fácil (escrevo eu, no Editorial de hoje). Assim, sobraram as piadas sobre pios e uma "série de disparates".
Já a batalha desta noite foi sobre Lisboa. No primeiro debate a cinco, conta o João Pedro Pincha, nem Madonna chegou para aligeirar o tiro ao boneco. Antes disso, já tínhamos cruzados os programas eleitorais de Fernando Medina e Assunção Cristas, apresentados ontem. Se quiser saber o que eles querem para Lisboa, aqui está o título: a minha quota é melhor que a tua?
Já agora que falamos de autárquicas, a Visão tem um trabalho que apetece ler. É uma investigação sobre "as campanhas sujas", nos bastidores de uma agência que as trabalhava e que acabou na falência. Só para abrir o apetite, inclui desvio de dinheiros, operações simuladas e concursos públicos viciados, financiamentos ilícitos de campanhas e empresas de fachada para iludir o Tribunal Constitucional.
Falando da nossa concorrência, destaco-lhe ainda duas notícias desta manhã: as 250 mil multas que o Estado não conseguiu cobrar (no JN); e os 11 dias em que a PJ do Algarve esteve sem inspectores para prevenção do terrorismo (antes e depois das Ramblas, acrescenta o DN).
Mas não posso deixar de lhe mostrar a prova da má alimentação dos bombeiros. É que houve quem tirasse fotos - mas, aviso, elas não são bonitas de se ver.
Verão que é de ler
Um ano depois de Dilma, como está o Brasil? A resposta curta é que conseguiu inverter a trajectória de queda da economia, mas não travou a turbulência, entre o fantasma da corrupção e uma notória incapacidade de regeneração política. A resposta desenvolvida está aqui, descrita pela Rita Siza. Com este pano de fundo, prepare-se para as eleições de 2018: "Serão as mais imprevisíveis da História brasileira", acrescenta Celso Rocha de Basto, economista do Banco Central do Brasil. Afinal, "a salvação era um conto de bruxas", escreve o Manuel Carvalho, fechando aquele que é o nosso Destaque do dia.
Vinte anos depois de Diana, que legado deixou ela? Faz hoje 20 anos que o mundo fez luto por uma mulher, percebendo a real dimensão da sua popularidade. Lady Diana deixou muitas dúvidas e mistérios, muitos fãs e saudades. E deixou um legado em Buckingham e no Reino Unido. Lendo e ouvindo as discussões sobre essa herança, a Catarina Lamelas Moura fala dela aqui. A outra coisa que Diana nos deixou? Fotografias, quase nunca a preto e branco, de uma princesa que se fez global.
De Londres dos anos 90 para Veneza em 2017, para lhe falar de um outro espectáculo global. É que o nos relata o Vasco Câmara, no Lido. "Logo na abertura, o Festival de Veneza encontrou o filme que vai ficar como memória futura desta edição". Chama-se Downsizing - mas o Vasco prefere chamar-lhe como diminuir o apocalipse.
Para nos dar mais uma pitada do mundo, passe ainda pelo P2 Verão - onde a Isabel Lucas nos deixa a última entrevista desta série de Agosto. Hoje o convidado dela é Marcello Duarte Mathias, um dos nossos melhores embaixadores da nossa história, aquele que mais memórias escreveu. A conversa passa por Trump, George W. Bush, Macron, a Europa e o estado actual do mundo.
Para a Isabel, que aceitou este nosso desafio louco e nos ajudou a aprender durante o Verão, fica um beijo e um obrigado. Para si fica também um agradecimento, o desejo de que venha um dia feliz - e a garantia de sempre: aqui encontrará sempre a melhor informação.
Até já!
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