sexta-feira, 18 de agosto de 2017

População de Quiriquige em Nampula vive à mingua


Mais de mil residentes do povoado do Quiriquige, no distrito de Angoche, província de Nampula, vivem em condições precárias. A actividade piscatória de que depende para sobreviver, há bastante tempo que já não rende o suficiente para o efeito. Há falta de um pouco de tudo, desde escolas, passar pelas unidades sanitárias, até desembocar na carência de água potável e mercados.

Trata-se de uma localidade arenosa que dista cerca de 30 quilómetros da cidade de Angoche. As residências são construídas com base em palha, paus e estacas do mangal, o que não oferece mínimas condições para se viver condignamente.

Mulheres e crianças percorrem mais de 10 quilómetros à procura de água e para chegarem à escola. Em caso de doenças, os habitantes recorrem à medicina tradicional, ou percorrerem 30 quilómetros para o Hospital Rural de Angoche.

A população em causa vive nas imediações da área concessionada à empresa mineira de Haiyu Mining Company, de origem chinesa e que explora as areias pesadas de Sangage, naquele distrito. Porém, não há benefícios decorrentes dessa actividade económica. Algumas mulheres relataram que para conseguirem pelo menos uma lata de 25 litros de água é preciso pernoitar nas proximidades de poços, cuja água não é tratada.

Por estes e outros problemas, os moradores de Quiriquige consideram-se abandonados à sua própria sorte e acusam as lideranças comunitárias de não estarem a defender os interesses da maioria.

O drama vivido em Quiriquige é similar ao de outros povoados, onde há área de concessões de exploração mineira, como é o caso de Murrua.

Vasco Cocotela, líder comunitário de Sangage, reconheceu as inquietações da população de Quiriquige.

Segundo ele, na comunidade existem seis furos através dos quais a população pode assegurar a provisão de água, enquanto as promessas de abertura de mais fontes, feitas pelas companhias mineiras e governo local – no âmbito da responsabilidade social – não se concretizam.

Por seu turno, o secretário permanente em Angoche, Ali Antinane, prometeu que a comunidade de Quiriquige terá uma escola primária completa, em breve. A infra-estrutura, orçada em mais de três milhões de meticais, será financiada pela empresa Haiyu Mining Company.

Fonte: Jornal Verdade de Moçambique 

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