"Tudo o que você precisa é amor". Sim, já dizia a canção dos Beatles que a nossa principal e maior necessidade é amar e sermos amados. Sigmund Freud, o pai da Psicanálise também sabia da importancia do amor em nossas vidas: "Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada."
Sim, precisamos e buscamos o amor das formas mais variadas e algumas vezes até erradas. O avanço da tecnologia trouxe um terrível paradoxo: nunca estivemos tão pertos, tão próximos , " a um toque" da pessoa amada, mas nunca estivemos tão longe, e tão solitários. Alguém tem dúvida?
Essa semana, vi uma reportagem no mínimo curiosa, mas que mostra claramente o meu ponto de vista: pessoas estão pagando estranhos, simplesmente para serem abraçados. Sim, eu disse abraçados. Esse contato físico tão básico. Não estou falando de sexo, nem de amor. Estou falando de abraço. Como foi que nós tornamos tão frios, e tão distantes ao ponto de termos que pagar por um abraço?
Cobrando R$ 250 por hora, a abraçadora profissional Janet Trevino, de 37 oferece afeto sob medida e acumula clientes em cidade dos Estados Unidos. Tudo começou em agosto do ano passado, quando ela, em busca de um extra para completar a renda , passou a atender os primeiros clientes na cidade de San Antonio.
Um mês depois, Janet abandonou o antigo trabalho e assumiu de vez a função de abraçadora profissional. Com o aumento da procura pelo serviço, ela passou a trabalhar de 13 a 20 horas e, cobrando R$ 250 por hora, a terapia afetiva rende cerca de R$ 5 mil por semana, segundo notícia divulgada pelo tabloide britânico "Daily Mail".
Entre os principais clientes em busca de um abraço estão, curiosamente, homens entre 40 e 70 anos, ex-combatentes de guerra. "Meus clientes costumam ser veteranos de guerra, já que moro em uma cidade militar, mas atendo todos os tipos de pessoas", contou ao Daily Mail.
Feito sob medida, o serviço é precedido de uma consulta por telefone,onde Janet diagnostica as principais necessidades do cliente. "Preciso fazê-los entenderem o que exatamente é o meu trabalho para que eu também esteja segura". Janet define sua função como um serviço "sobre consentimento e laços".
O que isso diz de nós? Será que nos tornamos tão frios emocionalmente a ponto de não podermos oferecer um abraço a quem amamos. Estamos perdendo os traços da nossa humanidade em troca do que? É hora de pararmos e pensarmos no que realmente é necessário e fundamental para as nossas vidas. Não importa se você é rico ou pobre, trabalha o dia todo ou não trabalha. Não importa se você é homem ou mulher, criança ou adulto, tudo o que você precisa para se tornar forte e segura é ser amado.
Sejamos francos vai, nada melhor que um abraço apertado, bem forte, com as mãos correndo pelas costas, olhos fechados e corações abertos.Bendito seja o cidadão que teve a brilhante ideia de abrigar em seu peito e em seus braços o corpo e a alma do outro. Aquele carinho gostoso, diferente, capaz de dizer o que as palavras não dizem, capaz de recarregar as energias do outro, capaz de calar o choro de quem já não suporta mais. O abraço, talvez seja a única coisa no mundo que quanto mais apertado ele for, mais alívio ele dá.
O que você está esperando? Saia daqui e vá abraçar alguém que você ama. Não a deixe pagar por algo tão especial e tão nosso. Lembre-se: o abraço envolve duas pessoas. Você também sentirá os benefícios. Abrace com vontade. Um abraço demorado. Um abraço do coração. Afinal, o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço.
Debora Oliveira
Psicóloga Clínica
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