domingo, 10 de setembro de 2017

A Misericórdia e a Justiça de Nossa Senhora expressas na 5ª aparição


Marcos Luiz Garcia (*)



No dia 13 de setembro comemoram-se os cem anos da quinta aparição de Nossa Senhora. Deve-se ressaltar que nessa quinta aparição compareceram na Cova da Iria entre 15 e 20 mil pessoas. Isso mostra de um lado como essas aparições se propagaram e, de outro, como Nossa Senhora já agia no fundo das almas visando atraí-las para a sua Mensagem salvadora.


Sempre solícita e procurando comover aqueles corações ávidos de Deus, nessa aparição Nossa Senhora se esmerou em apresentar algo de muito atraente, conforme relata a Irmã Lúcia em suas memórias: “...o súbito refrescar da atmosfera, o empalidecer do Sol até ao ponto de se verem as estrelas, uma espécie de chuva como que de pétalas irisadas ou flocos de neve que desapareciam antes de pousarem na terra. Em particular, foi notado desta vezum globo luminoso que se movia lenta e majestosamente pelo céu, do nascente para o poente e, no fim da aparição, em sentido contrário”.

Portanto, um cenário maravilhoso para relacionar aquela manifestação com o Céu e, certamente, com o Triunfo do Imaculado Coração de Maria.


Mais uma vez Nossa Senhora pediu-lhes que rezassem o Terço todos os dias para alcançar o fim da guerra, prenunciando assim sua misericórdia com o mundo pela cessação da primeira guerra mundial.


Em seguida, Ela disse: “Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo”. Era mais um convite estupendo à adesão da humanidade a Ela.

Como não identificar essa aparição de Nossa Senhora como sendo mais uma enorme manifestação de sua misericórdia?

Nela, Nossa Senhora mostrou outro aspecto particularmente materno de sua alma, ao dizer às crianças para mitigarem –– não para suspenderem –– suas penitências: “Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda (a qual amarravam apertada em torno da cintura). Trazei-a só durante o dia”.

Mas esse aspecto materno não excluía outro lado de Nossa Senhora que pode desapontar certas almas, que se recusam a ver esta outra faceta da alma da Santíssima Virgem, igualmente admirável: o senso de justiça. Zelosa em comunicar os pedidos das pessoas ali presentes, Lúcia disse:

“Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas, a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo. 

“–– Sim, alguns curarei. Outros não”.

Por que uns sim e outros não? Para certas mentalidades sentimentais, essa atitude de Nossa Senhora é inexplicável. Por que não curar a todos? Afinal, a bondade de seu Coração Imaculado não impõe que Ela cure a todos? Não estaria Ela “discriminando” as pessoas?

Nossa Senhora não pensa assim. Nem sempre uma cura física (o que mais de pede hoje) é o melhor para certos indivíduos que, uma vez curados, ficariam com muito mais risco de pecar. Ora, Nossa Senhora abomina o pecado e não faz cambalachos com quem peca. Por isto, o melhor para elas é que a cura não seja dada. É o amor materno insuperável de Nossa Senhora que faz assim. Tudo o que não seja isso é uma falsa misericórdia, e não um amor autêntico, pois Deus rejeita todo pecado e não pactua com nenhum.

Ora, se Nossa Senhora trata assim os católicos, que são bons ou maus filhos d’Ela, como acreditar que não leve em consideração os pecados e perdoe indiscriminadamente todo mundo de tudo, sem prévio arrependimento nem firme propósito? –– Ilusão sentimental e avaliação distorcida da mentalidade de Nossa Senhora e do próprio Deus.

Entre esses católicos sentimentais e relativistas há aqueles que, por exemplo, consideram natural pertencer a outras religiões, mesmo pagãs, fato que não impediria Nossa Senhora de tratar tais pessoas da mesma forma que aos católicos, pois, oh blasfêmia, Nossa Senhora seria “ecumênica”. Nada de mais falso. O falso ecumenismo de hoje visa fazer Nossa Senhora desaparecer gradualmente até do cenário católico, pois as outras religiões não simpatizam com o papel ímpar d’Ela nos planos de Deus, que são por assim dizer exclusivamente católicos, apostólicos, romanos.

Antes de se retirar para o Céu, Nossa Senhora disse ainda as seguintes palavras: “Em Outubro farei o milagre para que todos acreditem”.

No entanto, até em altíssimos escalões há muita gente que não leva a sério a Mensagem de Nossa Senhora, mesmo diante do milagre colossal operado diante de 70 mil pessoas, que se comemorará em outubro!

Que Nossa Senhora tenha pena de nós e dos nossos, e também daqueles que poderiam mudar a face do mundo se levassem a sério a Mensagem de Fátima, mas que preferem desprezá-la, ignorá-la, negá-la.

Vinde Senhora de Fátima, não tardeis mais! Olhai compassivamente para os vossos filhos, que lutam isolados, perseguidos, mas cheios de Fé e confiança em Vós.


( * ) Marcos Luiz Garcia é escritor, conferencista e colaborador da ABIM

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