Os Bombeiros Profissionais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Portuenses têm ordenados em atraso desde o mês de Junho. O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais considera esta situação muito grave, uma vez que está a por em causa a subsistência destes trabalhadores, incapazes de pagar as suas contas correntes e despesas de alimentação, havendo casos de conhecida privação alimentar.
No mês de Julho os bombeiros receberam apenas duas parcelas de 200 euros cada um, não tendo sido pagos os ordenados dos meses de Agosto e Setembro. Em causa está a subsistência de 25 funcionários da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Portuenses, entre bombeiros e administrativos.
A falta de pagamento de ordenados foi a mais grave das consequências de um período caricato e controverso a que se assiste nesta corporação. Depois da demissão da anterior direcção, foram feitas eleições. A direcção eleita é composta por elementos que são bombeiros voluntários da corporação, no quadro activo, e é presidida por Maria João Martinho, também ela candidata à Assembleia de Freguesia de Ramalde.
O SNBP considera que esta situação, além de gerar conflitos de interesses, revela um grave problema de hierarquia. Problema ao qual se junta o facto de, actualmente, não haver comandante nem segundo comandante naquela corporação. O anterior demitiu-se.
O SNBP já solicitou à direcção da Associação Humanitária os pagamentos em atraso, mas até agora não recebeu qualquer resposta. Na ausência de qualquer explicação, o Sindicato denunciou a situação junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil, solicitando que intervenha para que o problema seja rapidamente resolvido, uma vez que, no limite, pode ser posta em causa a operacionalidade da corporação, devido aos graves problemas de hierarquia.
O SNBP questiona ainda quais os estatutos que estão a ser aplicados na AHBV dos Portuenses? Serão os que foram aprovados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil?
Apesar de não receberem ordenados, os bombeiros profissionais continuam a cumprir o seu horário, mas a actual situação de carência financeira poderá, a médio prazo, comprometer a sua disponibilidade. Numa altura em que o país se uniu em solidariedade para com os bombeiros, este caso só vem mostrar a fragilidade a que estes estão sujeitos. O SNBP vai fazer tudo para que os valores sejam saldados e os bombeiros vejam os seus direitos garantidos.
Artigo da autoria do SNBP
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