segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Concentrações de CO2 na atmosfera atingiram nível histórico em 2016

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O mais recente boletim da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) sobre gases com efeito de estufa, agora divulgado, aponta para uma concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre, em 2016, com proporções históricas. A subida do ano passado excedeu mesmo em 50 por cento a média da última década.

O boletim. da organização integrada na estrutura das Nações Unidas resulta de dados recolhidos em 51 países. As estações de investigação mediram concentrações de gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nítrico.

“O ritmo do aumento do dióxido de carbono atmosférico nos últimos 70 anos é quase 100 vezes maior do que o do fim da última idade do gelo. Tanto quanto as observações diretas e por aproximação sugerem, nunca tinham sido vistas tais mudanças abruptas nos níveis atmosféricos de CO2”, lê-se à cabeça do documento.

Os relatores advertem para a quase impossibilidade, nesta fase, de alcançar as metas internacionais de redução de emissões poluentes.

No ano passado, a concentração de CO2 atingiu as 403,3 partes por milhão, acima das 400 de 2015. E os números da OMM são, na prática, aquilo que sobeja nas concentrações atmosféricas depois de os oceanos e a biosfera absorverem e processarem largas quantidades de gases.

Em declarações à BBC, Oksana Tarasova, número um do programa de vigilância atmosférica da Organização Mundial de Meteorologia, sublinhou que este “é o maior aumento observado em 30 anos” de existência da rede de investigação.
“Disrupções severas”

O fenómeno El Niño produz efeitos nas concentrações de dióxido de carbono sobretudo por via das secas, que diminuem a capacidade da flora para absorver o gás. Por outro lado, as emissões resultantes de ações humanas parecem ter desacelerado nos últimos dois anos. Mas é o total que importa, segundo a responsável ouvida pela estação pública britânica.

A OMM adverte para “alterações imprevisíveis no sistema climático” decorrentes da subida das concentrações de gases com efeito de estufa. Com uma fatura de “disrupções ecológicas e económicas severas”.

“Geologicamente, é como a injeção de uma grande quantidade de calor. As mudanças não vão demorar dezenas de milhares de anos, como no passado, vão acontecer rapidamente – não temos o conhecimento do sistema neste estádio, isso é um pouco preocupante”, apontou Oksana Tarasova.
Bona

Em 2015, em Paris, foi alcançado um acordo climático histórico – que englobou 195 países - com objetivos ambiciosos: manter o aumento da temperatura global próximo de 1,5° C e atingir a marca de emissão zero na segunda metade do século.

Em novembro deste ano realizou-se a Conferência do Clima em Marraquexe, Marrocos, à qual aderiram mais de 100 países, que representam mais de 75 por cento das emissões globais.

O boletim da OMM antecede as próximas conversações internacionais sobre as alterações climáticas, previstas para a próxima semana em Bona.

Apesar de a atual Administração norte-americana ter já sinalizado por mais do que uma ocasião a vontade de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, os negociadores chamados à Alemanha tentarão salvaguardar as metas fixadas há dois anos.

Fonte: RTP com agências internacionais
Foto: Reuters


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