quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Corrida à água. Mudança sem pré-aviso. Fecho no SNS. E greve na bola

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
Eis as notícias que apareceram enquanto dormia:

A Uber escondeu um ataque informático que comprometeu nomes, endereços de email ou números de telefone a 50 milhões de clientes - e sete milhões de condutores. Até ontem, era um segredo bem guardado.
Morreu David Cassidy, a estrela dos anos 70 de "Partridge Family". Na época, a febre da "Cassidymania" contagiou até capas de almofadas, pastilhas elásticas e lancheiras, todas elas com a cara do actor.
Mais um a cair em Hollywood: o escândalo dos avanços sexuais em curso chegou agora à Pixar, com o fundador John Lasseter a pedir uma licença sabática de seis meses, confessando "passos errados" e "abraços não desejados". Daqui a dois dias a Pixar estreia Coco, um filme de animação sobre os... ‘bad hombres’.
Trump defendeu um republicano sob suspeita. Roy S. Moore é candidato ao Senado pelo Estado do Alabama e está a ser acusado de abusar de várias adolescentes. Os jornalistas perguntaram ao Presidente se o apoiava e a resposta foi esta: “He says it didn’t happen. You have to listen to him, also”. O New York Timestem uma explicação.
No mundo do futebol, o FC Porto sobreviveu mais um dia, mas vai ter que vencer o Mónaco para seguir em frente na Champions. Para já, temos seis equipas nos "oitavos" e mais um recorde para Ronaldo.

O que marca o dia

Uma corrida à água. Os portugueses fizeram 3500 furos nos últimos quatro meses, para fazer face à seca severa e extrema que atinge o país. O grupo de trabalho da seca recomenda contenção e mais fiscalização. E o jornal i acrescenta, esta manhã, que gastamos o dobro da água recomendada pela ONU.
Uma unidade do SNS que fecha, por não ter dinheiro. A Natália Faria dá a notícia: a Unidade de Alcoologia do Centro, em Coimbra, vai encerrar o serviço de internamento entre 22 de Dezembro e 2 de Janeiro, por não conseguir pagar as horas extraordinárias devidas aos assistentes operacionais.
Uma mudança na Saúde, sem pré-aviso: o Infarmed vai ser deslocalizado para o Porto, mas ninguém foi avisado antes. Nem os trabalhadores, nem a administração. Hoje há um plenário de trabalhadores para discutir a decisão de Costa e Moreira.
Uma lista de pedófilos que a PSP não usa. A base de dados foi criada para uso das polícias, para a prevenção de crimes, e também para magistrados, para fins de investigação criminal. Só estes a têm usado. E mesmo assim, cada vez menos: 39 vezes no último ano. A Ana Dias Cordeiro conta a história.
Uma suspeita séria na Universidade do Minho. O que pensar quando a universidade paga 200 mil euros a uma empresa de pró-reitor?
Um prémio para Centeno: no dia em que o Parlamento começa a discutir o OE 2018 na especialidade, sabemos que o ministro ganhou uma folga imprevista para o próximo ano. Que também conseguiu o acordo da esquerda para um novo apoio à banca. E até ganhou um acordo para negociar à vontade com os professores. Mas, aqui, com um aviso à navegação: os sindicatos já avisam que podem mandar um mau negócio para o Tribunal Constitucional (notícia do DN). 
Mesmo assim, com um aviso: diz o Negócios esta manhã que a Comissão Europeia vai hoje dar um aviso ao Governo sobre a condução da política orçamental. Mas a pressão a sério não chegará antes de 2019.
Tancos é um mistério... confidencial. O Parlamento aceitou tratar novos dados sobre o furto à porta fechada. E fechou os documentos entregues pelo Exército num cofre - a que os deputados só podem aceder mediante pedido expresso. O nosso editorial de hoje é, por isso, uma pergunta: o Exército está acima dos deputados?
Na Altice, o cartão vermelho foi outroquem saiu foi Paulo Neves, Cláudia Goya passou a Chairman.
No futebol, há um alerta vermelhoa prometida greve dos árbitros deverá causar mossa na próxima jornada - e grande: diz a TSF esta manhã que só três árbitros não avisaram que não vão apitar. 

A ler, a seguir 

1. O homem que foi o Zimbabwe sai rejeitado por todos. O percurso de Robert Mugabe confunde-se com a História do país pelo qual lutou e que baptizou. Depois de 37 anos, sai no derradeiro momento em que lhe é ainda garantida alguma dignidade. O João Ruela Ribeiro conta-nos como foi o seu último capítulo e anota as datas que marcam uma história. E o Jorge Almeida Fernandes olha para a frente, pondo tudo em perspectiva: Do “smart coup” à incógnita da transição política.
2. A globalização entre a espada e a parede. Após 30 anos de avisos, os custos da globalização começam a causar danos no Ocidente. O comércio livre tornou o mundo mais rico, mas também mais desigual e o “Brexit”, a eleição de Trump ou o avanço da extrema-direita entraram na folha de cálculo dos seus impactes. Em Turim, o Manuel Carvalho ouviu especialistas e traça o estado da arte da globalização, partindo de um quadro bem conhecido de Edvard Munch. Este.
3. Um memorial aos escravos para que Portugal se ponha no lugar das vítimas. Aqui entra a Lucinda Canelas - e eu entrego-lhe a palavra: "Entre as dezenas de propostas a concurso no orçamento participativo de Lisboa há uma que nos obriga a olhar para uma parte da história do país que é dolorosa e que foi durante décadas silenciada. Homenageia os milhões de pessoas que foram escravizadas". A verdade é que não há em Portugal um museu da escravatura, como em Liverpool, nem um monumento que contribua para o debate sobre o racismo na sociedade contemporânea, como acontece em Paris ou em Amesterdão. E não há porquê?
4. O que havia de bom no Casal Ventoso voltou, para sarar as feridas do bairro. O bairro maldito de Lisboa foi demolido há quase vinte anos, mas há fantasmas que persistem. Para lutar contra eles, há quem queira, agora, resgatar as boas memórias para ajudar os moradores a olhar em frente. O João Pedro Pincha começa a história com quem ainda sonha com o velho bairro.

Agenda do dia

Os deputados começam a votar o OE 2018 na especialidade, esperando uma carta de Bruxelas sobre a proposta do Governo. No Ministério da Educação, começa uma nova ronda negocial sobre concursos de professores e outros aspectos da carreira docente. Já Marcelo, vai andar entretido com a visita de Estado do Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
Lá por fora, estamos prestes a saber a decisão do TPI sobre Ratko Mladic, antigo chefe militar dos Sérvios da Bósnia, mais conhecido como o “Carniceiro dos Balcãs” (591 testemunhas e 530 dias de julgamento). Para Theresa May, é dia de teste: o seu Orçamento para o próximo ano ainda nem é todo conhecido e já é contestado.
Agora é tempo se se lançar a mais um dia. Mas sem pressa, recomenda o Mário Lopes. Mesmo ao fim do dia há um belo concerto em Lisboa para pôr tudo em perspectiva: Avey Tare a parar o tempo, a fazê-lo correr mais lentamente.
Um dia feliz para si. Até amanhã! 

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