Equipamentos, material de trabalho e imóveis da empresa MATAMA - Matadouro da Manhiça, S.A., foram penhorados por ordem do Tribunal para o pagamento de dívidas à banca. Entre os bens executados está um matadouro industrial inaugurado em Junho do ano passado pelo Presidente Filipe Nyusi.
A Acção judicial deixou apreensivos vários investidores pois a empresa está cotada na Bolsa de Valores de Moçambique(BVM), instituição que não respondeu aos pedidos de esclarecimentos enviados pelo @Verdade.
Para o pagamento da dívida no valor de 14.483.776,61 meticais o Moza Banco moveu uma Acção Executiva contra a MATAMA, uma empresa em actividade desde 2015 no distrito da Manhiça, na província de Maputo, que em Junho do ano passado foi inaugurada com muita pompa pelo Chefe de Estado.
O @Verdade apurou que as dívidas que datam de 2015 referem-se a leasings contratados para a aquisição de três camiões para o transporte de animais. Notícias da altura da inauguração reportam que o Matadouro empregava 80 funcionários, tinha uma capacidade de abate de 60 animais por dia e um sistema de frio com capacidade para condicionar 150 toneladas de carne.
Entre os bens penhorados, além de material de escritório e equipamento de processamento de carne, constam o próprio matadouro, a instalação onde funcionava o talho e ainda as instalações administrativas desta empresa de capitais moçambicanos.
Diversos empresários estão apreensivos com o anúncio da Acção Judicial de cobrança, publicada no diário estatal, pois a MATAMA que era inicialmente propriedade da BCKJ – Agro-Pecuária, Lda (uma associação de criadores de gado na província de Maputo), que tinha uma participação de 55.04%, abriu o seu capital a investidores tendo sido admitida à Bolsa de Valores de Moçambique a 24 de Abril de 2017, colocando no mercado 1.800.000 acções ordinárias nominativas e escriturais, com o valor nominal unitário de 250,00MT, representativas de 100% do seu capital social.
O @Verdade contactou formalmente e telefonicamente a BVM para saber que implicações esta penhora terá na cotação bolsista da MATAMA. A instituição dirigida por Salim Valá não respondeu aos pedidos de esclarecimentos.
Um antigo gestor sénior da Bolsa de Valores de Moçambique explicou ao @Verdade que tendo em conta a situação, que atempadamente deveria ter sido comunicada ao Mercado de Valores assim como ao Banco de Moçambique, será aberta uma investigação para apurar a real situação da empresa e ponderar a sua suspensão ou exclusão da BVM.
Tentativas de contactar a MATAMA para apurar os motivos que conduziram a esta situação de aparente falência, seis meses após ser admitida à Bolsa de Valores, e qual será o futuro desta empresa foram infrutíferas.
Sintomático da situação da MATAMA será a não publicação até à data das Contas referente ao exercício de 2016, um imperativo para empresas cotadas em bolsa.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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