15 dez, 2017 - 10:57
Pelo menos dez crianças que viviam num lar financiado pela IURD terão sido retiradas às mães na década de 90 e entregues para adopção.
Pelo menos desde o ano 2000 que a Segurança Social tem conhecimento das denúncias relativas ao alegado roubo de crianças do centro de acolhimento financiado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Segundo apurou a Renascença, a denúncia foi feita através da linha SOS Criança, o serviço de atendimento telefónico de apoio pertencente ao Instituto de Apoio à Criança. No entanto, a Segurança Social só agiu agora, após a revelação pública do caso, feita pela TVI.
Segundo a estação de televisão, pelo menos dez crianças que viviam num lar financiado pela IURD, a "Casa de Acolhimento Mão Amiga", em Camarate, terão sido retiradas ilegalmente às mães na década de 90 e entregues para adopção.
Entre essas crianças estarão três irmãos adoptados à margem da lei por Viviane Freitas, uma das filhas do bispo fundador da IURD, o brasileiro Edir Macedo, e levados para os Estados Unidos, onde ainda vivem e estão ligados à igreja.
O Ministério Público abriu um inquérito sobre esta alegada rede de adopções ilegais de crianças portuguesas ligadas à IURD, que foi já remetido para o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa para investigação.
Apesar de os crimes já terem prescrito, uma vez que passaram já mais de 20 anos sobre os factos, as mães portuguesas de dez crianças ponderam lutar na justiça pela reposição da verdade. Equacionam ainda a possibilidade de processar o Estado português numa acção conjunta.
A Igreja Universal do Reino de Deus rejeita as acusações de rapto e de um esquema de adopção ilegal, classificando-as como "uma campanha difamatória e mentirosa".
Em comunicado, a IURD disse ainda que "os seus membros, em Portugal e fora do país europeu, apresentarão inúmeras acções contra a TVI em Portugal e no exterior".
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