sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Michael Snow, um artista deste tempo

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Ipsilon
 
 
  Vasco Câmara  

"Do alto dos seus 89 anos, Michael Snow (Toronto, 1929) conversa com elegância e simpatia. Sorri enquanto rememora e fala. Gosta de contar histórias, e histórias não lhe faltam. Ao longo da segunda metade do século XX encarnou, como poucos, a condição do artista moderno".
Podem seguir aqui uma conversa, de José Marmeleira, com uma personalidade marcante da arte contemporânea, que continua movido por uma curiosidade infinita e um singelo intuito: a partir do mundo, oferecer coisas novas aos espectadores. O Som da Neve, exposição na Culturgest, em Lisboa, está aí para nós: inaugura hoje com a presença de um artista, celebrado por gente como Andy Warhol, Jonas Mekas ou Manny Farber, para quem arte e a percepção de mundo são fenómenos inseparáveis.
Notícias do mundo do cinema: o português Rui Poças vai ser o director de fotografia do novo filme de Ira Sachs, que trará a Sintra Isabelle Huppert ou Marisa Tomei. A Festa do Cinema Italiano assumirá, em Abril, que o cinema guerrilheiro, formato degenerativo da comédia à italiana, de Marco Ferreri, é já clássico.
(Não é uma notícia, é um statement, uma crónica, uma indignação, se quiserem, sobre o que estamos a fazer com o nosso lugar de espectadores, com o nosso património: é a propósito de Woody Allen e desta febre de apagar e de reescrever, de colocar os "monstros" de castigo - é que eu tirei Woody Allen do castigo; não por causa dele, mas por causa da minha história).
Preparemo-nos para sábado: o Indústria, no Porto, é palco de toda a música negra num homem só, Amp Fiddler. Música: Laço Umbilical é o primeiro registo da voz mais encharcada na tradição cabo-verdiana surgida nos últimos anos. Sem ambições de modernidade, Lucibela canta fora do tempo, escreve Gonçalo Frota. Há mais discos: há Franz Ferdinand ("o tempo não deixou de passar por eles. Apesar de alguns momentos de inspiração, nota-se" - Mário Lopes); há Laurie Anderson Landfall, com o Kronos Quartet ("Um contínuo sonoro com tanto de dramático quanto de encantador e apaziguador" - Vítor Belanciano).
Vamos discutir: a polémica crónica de António Guerreiro da semana passada, "Se eu fosse..., tem sequela: "Tão cool que é ser gay".

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