sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Morte de lutador português foi “infortúnio” mas tribunal recomenda reforço dos meios médicos

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Um tribunal irlandês declarou que a morte do praticante de Artes Marciais Mistas (MMA) português João Carvalho, em 2016, foi "um infortúnio", mas recomendou uma maior organização para a modalidade e mais meios médicos para assistirem os lutadores.

O veredicto foi declarado na quinta-feira no tribunal do Coroner de Dublin, após a audição de uma série de testemunhas durante o ‘inquest’ (inquérito), um procedimento normal aplicado a todas as mortes súbitas e sem causa natural e que é conduzido por um magistrado.
De acordo com a página eletrónica da estação pública RTE, uma testemunha contou 41 golpes na cabeça, enquanto que o médico legista confirmou como causa da morte uma hemorragia subdural aguda causada por uma pancada forte na cabeça, agravado pela ingestão de resíduos gástricos.
João Carvalho morreu em 11 de abril de 2016 num hospital de Dublin, onde deu entrada em estado crítico depois de um combate na capital irlandesa, o primeiro internacional da carreira do atleta de 28 anos.
O combate Total Extreme Fight, disputado no National Boxing Stadium, acabou com a vitória do irlandês Charlie Ward por KO técnico, mas cerca de 20 minutos depois do final do combate João Carvalho sentiu-se mal.
Problemas na assistência médica no local, no transporte para o hospital e depois no seu tratamento resultaram na morte, dois dias depois.
O júri considerou que a morte foi um infortúnio [‘misadventure’] e recomendou a criação de um organismo nacional para as MMA, de forma a estabelecer regras de segurança para este tipo de combates, nomeadamente o envolvimento de profissionais de saúde qualificados, sugerindo que se repliquem as condições implementadas para o boxe profissional.
A família de João Carvalho vai agora avaliar a possibilidade de lançar uma ação civil para obter uma indemnização.
Lusa

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