David Dinis, Director
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Bom dia!
Vamos às últimas notícias?
Trump deu um passo atrás, mas as 2300 crianças que já foram separadas não têm data para se reunirem com a família. O decreto assinado nesta quarta-feira não deverá ter efeitos retroactivos.
No Mundial, mais um candidato com uma vitória arrancada a ferros: a Espanha venceu o Irão com um golo que nasceu de um ressalto e igualou-nos na liderança do Grupo B. Dito isto, um empate com o Irão apura Portugal, mas há mais contas a fazer.
No futebol nacional há mais problemas: as buscas a Sp. Braga, V. Guimarães e ao Turismo do Norte chegaram ao fim do dia e já fizeram cinco arguidos por suspeita de corrupção; noite fora houve quatro clubes impedidos de inscrever jogadores (por não cumprirem critérios financeiros); e, claro, no Sporting continua a guerra de Carvalho.
Ainda por cá, faleceu Fernando Guedes. O criador da Sogrape moderna, que ficará sempre ligado ao Mateus Rosé ou ao Barca Velha, morreu ontem no Porto. O Manuel Carvalho já nos escreveu sobre os legados do grande senhor do vinho português.
Os títulos do dia
Um ministro-sombra de Rio quer que PSD salve OE para evitar eleições. E também que salve o acordo de concertação social. Esse homem é Silva Peneda, o entrevistado desta semana do PÚBLICO e Renascença.
Uma 'coligação' anti-PS pode acabar com o imposto adicional sobre os combustíveis, dizem o Negócios e o DN, confirmando a possibilidade avançada há uma semana pelo PÚBLICO.
"Em 2019, o Bloco quer ser força de governo", diz a moção de Catarina Martins à convenção do BE. Mas é para forçar o PS a fazer o que agora não quer.
Ontem, no Parlamento, a esquerda criticou Costa por desviar-se do "lado bom da força".
O Governo diz que nunca prometeu tudo aos professores. O artigo de opinião da secretária de Estado Alexandra Leitão chama-se "factos sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores".
Pelo caminho, as contas mudaram: os custos das progressões dos professores baixam de 90 para 37 milhões em 2018.
A boa notícia do dia é que Portugal foi o país da Europa do Sul onde os imigrantes mais recuperaram o emprego. E, aparentemente, estamos prontos a receber mais 1010 refugiados - diz o DN.
A ironia do dia é que o Museu do Terramoto ainda é só projecto, mas já treme.
Ler com atenção
1. As migrações são o rastilho de uma convulsão política internacional. Na fronteira entre os EUA e o México milhares de crianças são separadas dos pais na sequência da nova política de "tolerância zero". Na Hungria, apoiar imigrantes ilegais passou a ser crime. Estas são apenas duas das faces mais visíveis de um ambiente cada vez mais hostil à entrada de migrantes. Mas é um ambiente em contraciclo: os países da OCDE receberam menos refugiados, pela primeira vez em seis anos. Os dois textos, do Manuel Louro e da Joana Gorjão Henriques, dão-nos a perspectiva de como não há uma crise migratória, há uma crise de hospitalidade.
2. Os bancos centrais e o novo problema dos salários baixos. Se, no passado, o mais habitual era vermos os bancos centrais a lançar alertas contra os riscos da inflação e a pedirem moderação salarial, agora os principais responsáveis pela condução da política monetária a nível mundial começam a queixar-se da dificuldade de fazer a subir a inflação e a lamentar-se da forma modesta como os salários estão a subir. Foi isso que aconteceu no Fórum do BCE que terminou esta quarta-feira em Sintra. O Sérgio Aníbal esteve por lá e explica-nos porquê. E junta uma entrevista a Ricardo Reis que tem um alerta que nos dá um nó na cabeça: “É preciso não exagerar no desejo de aumentar a inflação”.
3. O oceano ofereceu-nos um tesouro inesperado nos Açores. É o primeiro campo hidrotermal descoberto numa expedição totalmente portuguesa, liderada pela Fundação Oceano Azul. Localizado entre as Flores e o Faial, está a 570 metros de profundidade. A Teresa Firmino está a bordo e mostra-nos o que se vê lá em baixo.
4. E a selecção? Vamos lá explicar o "inexplicável". Portugal conseguiu a primeira vitória na Rússia, mas ao arrepio da tradição jogou tão pouco que até o treinador lamentou o que considera "inexplicável". Para ajudar à próxima conversa, nós temos algumas explicações: em Moscovo, o David Andrade viu "os mesmos problemas"; por cá, o Nuno Sousa analisou como fomos engolidos por "vagas de pressão marroquina"; e o treinador Manuel José, directo como sempre, viu até falta de mentalidade e de maturidade. Dito isto, só queremos que melhore o jogo, os resultados vão bem.
Hoje na agenda
Por cá, no Parlamento discutem-se os impostos sobre os combustíveis e marcam-se as primeiras audições na Comissão de Inquérito sobre as rendas na energia. No tribunal de Lisboa começam as alegações finais da Operação Fizz.
Lá por fora há dois pontos na agenda a merecer atenção: os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se para tirar a Grécia do resgate; e o Congresso americano junta-se para votar nova legislação sobre imigrantes.
Despeço-me com uma recomendação e uma novidade.
A recomendação é o texto do Adriano Mirando sobre "aquela foto" que lhe valeu um prémio Gazeta e, sobretudo, um grande orgulho. Chama-se A fotografia com asas e é sobre como nos ensinaram que o jornalismo é sobre mudar o mundo.
A novidade é que o P3 mudou - de cara e de feitio. De cara está mais bonito, claro, como merecia. De feitio porque agora se dedica a causas. O Amílcar Correia explica tudo aqui.
Um dia bom!
Até amanhã!
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