Quando se prepara o início das obras do Aeroporto de Xai-Xai, cujo plano de viabilidade não existe, o @Verdade apurou que no ano passado os aeroportos moçambicanos voltaram a perder tráfego recebendo menos 7.695 aviões, do que em 2016, o que se traduziu em menos 120.148 passageiros que usaram as 13 infra-estruturas aeroportuárias nacionais. O Aeroporto Internacional de Nacala confirma o seu estatuto de “elefante branco” com um registo de somente 586 aviões que trouxeram menos 3.236 passageiros.
Entre Janeiro e Dezembro de 2017 os 13 aeroportos, e outros aeródromos mais pequenos, em funcionamento no nosso País registaram um tráfego de 53.564 aeronaves, que transportaram 1.784.089 passageiros, 11.700,8 toneladas de carga, 504 toneladas de correio e 32.467 voos de sobrevoos do espaço aéreo.
No entanto, de acordo com o Relatório Anual da empresa Aeroporto de Moçambique, este tráfego reduziu 12,6 por cento, comparativamente a 2016, para 61.259 aeronaves que escalaram os aeroportos moçambicanos. Diminuiu em 6,3 por cento o número de passageiros, em 2016 foram registados 1.904.237, caiu também em 4,7 por cento a quantidade de carga transportada e em 1 por cento o número de aeronaves que sobrevoou o nosso espaço aéreo. Positivamente apenas o manuseamento de correio que cresceu 8 por cento.
A principal porta de entrada que é em simultâneo a maior infra-estrutura aeroportuária no nosso País, o Aeroporto Internacional de Mavalane, foi aquele que perdeu maior tráfego. Aterraram 18.858 aviões, menos 2.687 do que 2016, recebeu 940.762 passageiros, contra 977.960 no ano anterior.
Pelo Aeroporto Internacional da Beira passaram 18.858 aviões em 2017, contra 21.545 no ano anterior, e recebeu 186.553 viajantes, menos 16,1 por cento do que os 222.449 de 2016. Tete, que em 2015 chegou a receber 5.037 aeronaves, continua a perder tráfego, aterraram 3.898 aviões em 2017, menos 21,6 por cento do que os 4.969 de 2016. O número de passageiros caiu para 112.946, menos 14,3 por cento comparativamente aos 131.801 de 2016.
Nampula registou aumento de tráfego reiterando falta de viabilidade de Nacala
Entretanto o megalómano Aeroporto Internacional de Nacala voltou a confirmou a sua falta de viabilidade ao voltar a receber menos aeronaves do que nos anos anterior, apenas 586, em 2016 tinham aterrado 621 e em 2015 tinham sido 771 aviões. O número de passageiros também não pára de reduzir, dos 25.879 registados em 2015 o número reduziu para 19.719 em 2016 e no ano passado somente 16.483 visitantes usaram a infra-estrutura que custou mais de 216 milhões de dólares norte-americanos em Dívida Pública externa e interna.
O Relatório Anual da Aeroporto de Moçambique, a que o @Verdade teve acesso, indica que a redução da frequência dos voos das Linhas Aéreas de Moçambique, de cinco para três voos semanais, como causa do cada vez menor tráfego aéreo em Nacala.
No entanto a empresa não apresenta nenhum justificação para a redução de aeronaves e passageiros nos aeroportos internacionais de Mavalane, Beira ou mesmo no de Tete.
Paradoxalmente o Aeroporto Internacional de Nampula embora tenha recebido menos aeronaves, 5.666 comparativamente a 6.046 em 2016, foi uma das três infra-estruturas aeroportuárias que teve aumento de visitantes, de 209.627 para 219.680 em 2017, justificado pelo “Aumento significativo do número de passageiros não-comerciais, devido às operações militares por meio de equipamento ANTANOV da Força Aérea de Moçambique e aumento de frequência de um para dois voos semanais da aeronave ETA , Embraer 120 de Topuito – Kenmare – Areais pesadas de Moma”, indica o Relatório a que o @Verdade teve acesso.
Voos domésticos, regionais e intercontinentais diminuíram
Dos 53.564 voos registados pelos Aeroportos de Moçambique 64,9 por cento do tráfego foi realizado pelas Linhas Aéreas de Moçambique que transportou 1.0013.639 passageiros no ano findo. A FastJet, que começou a operar em Novembro passado, transportou 17.998 passageiros. Contudo o movimento de aeronaves dentro do País registou uma redução de 5.407 voos.
Entre as companhias aéreas estrangeira a de bandeira sul-africana teve a segunda maior quota de passageiros, 187.868, seguida pela congénere SAA Link, transportou 105.084 visitantes.
Seguem-se a transportadora aérea portuguesa, 68.043 passageiros, a Ethiopian Airlines, 58.797 passageiros, a Kenia Airways, 50.008 passageiros, a Qatar, 38.290 passageiros, a angola TAAG, 28.003 passageiros. A Turkish airlines foi a companhia com a menor quota de passageiros transportados 12.820.
Entre 2016 e 2017 o tráfego regional de aeronaves registou um quebra de 6,7 por cento enquanto os voos intercontinentais reduziram 8,5 por cento.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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