quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Eu, Psicóloga | Apesar de diferentes, cérebros têm o mesmo espectro de conexões



Já dizia a expressão: “Grandes mentes pensam da mesma forma”. Mas, em uma perspectiva fisiológica, elas não são as únicas que se assemelham. Segundo um estudo publicado na Scientific Reports por físicos israelenses da Universidade de Bar-Ilan, todos os cérebros são compostos dos mesmos espectros de sinapses.

As sinapses nada mais são do que as conexões feitas entre os bilhões de neurônios presentes no nosso cérebro, que transmitem impulsos nervosos uns para os outros. Essas conexões podem ser fracas ou fortes, sendo que as sinapses fortes podem indicar uma significante influência entre os neurônios conectados, ao contrário das fracas.

A origem e a função de todo esse espectro de forças de sinapses, presentes em todos os seres humanos, é uma das questões da neurociência que os físicos tentaram descobrir.

Em março, a equipe do Centro de Pesquisa Multidisciplinar sobre o Cérebro da Universidade de Bar-Ilan publicou um artigo sobre como o aprendizado do cérebro é, na verdade, conduzido por uma série de terminais neuronais (os dendritos). Essa descoberta contraria a teoria de Donald Hebb, psicólogos canadense que defendia que o aprendizado ocorria apenas nas sinapses.

No estudo, os físicos demonstraram que o chamado “aprendizado dendrítico” ocorre de forma muito mais rápida e próxima dos neurônios.

Agora, os pesquisadores publicaram uma segunda descoberta: a de que, como foi dito, todos os cérebros têm o mesmo espectro de sinapses. Com o auxílio de estudos computacionais, a equipe identificou que o cérebro é semelhante a um mapa: com muitas ruas estreitas (as sinapses fracas) e algumas frações de rodovias contendo milhares de travessas.

“Um subproduto do aprendizado dendrítico é o amplo espectro de forças [da sinapse]”, afirma Ido Kanter, líder da pesquisa. “O aprendizado dendrítico nos permite oferecer uma explicação para o fenômeno universal observado em todos os cérebros e indica a importância desse papel.”

De acordo com o cientista, o mecanismo subjacente disso é uma resposta rápida do neurônio às sinapses mais fortes, comparadas às mais fracas.

Por ser muito dinâmico, o cérebro apresenta uma variedade significativa de conexões durante a atividade cerebral. A fração de conexões fortes e fracas permanece sempre a mesma, mas elos mais fortes podem se tornar fracos e vice e versa. “Esa atividade cerebral dinâmica leva à nossa capacidade de criar soluções diversas a cada vez que pensamos em um problema”, afirmam os pesquisadores, que ainda têm muito a contribuir com os estudos de neurociência.

(Com informações de Medical Press)

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