sexta-feira, 7 de setembro de 2018

PAN critica discurso dissonante de Costa sobre alterações climáticas e petróleo

Resultado de imagem para deputado único do PAN, André Silva
O deputado único do PAN, André Silva, criticou o primeiro-ministro, António Costa, "pela completa dissonância e contrariedade" entre o discurso de combate às alterações climáticas e o desejo de exploração de petróleo na costa portuguesa.Em entrevista à agência Lusa a propósito do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), André Silva foi questionado sobre as prioridades orçamentais que António Costa elencou no discurso de 'rentrée' do PS e respondeu que não ficou admirado com a ausência de medidas "estruturais para o país" nas áreas da proteção e defesa do ambiente.
"É muito complexo para o primeiro-ministro conseguir ir explicando aquela dissonância entre defender o combate às alterações climáticas, implementar o acordo de Paris, mas por outro lado ter o desejo de fazer prospeção e exploração de hidrocarbonetos na nossa costa", criticou.
Na opinião do deputado do PAN, o primeiro-ministro "prefere não abordar esses temas porque, de alguma forma, já percebeu que os portugueses o apanharam em contrapé ou em completa dissonância e contrariedade".
Sobre o sentido de voto do PAN neste último orçamento da legislatura, André Silva escusou-se a antecipá-lo uma vez que ainda desconhece a proposta do Governo, que tem de dar entrada no parlamento até 15 de outubro.
"Nós costumamos fazer sempre uma avaliação prévia e depois disso tomamos o nosso sentido de voto. Poderíamos já, neste momento, ter garantias de que algumas das propostas do PAN integrariam a proposta que vai dar entrada na Assembleia da República, mas não é o caso", disse.
Sobre a posição na votação final global do PAN nos orçamentos já aprovados -- no primeiro da legislatura absteve-se e nos últimos dois votou a favor - o deputado explicou que "essa evolução que tem ocorrido desde 2016 é mais uma evolução do Governo e do PS do que do PAN".
"O PAN continua este ano, como todos os anos, com o mesmo compromisso de melhorar a proposta do OE. A diferença, de facto, é que o Governo e o PS ouviram-nos um pouco mais, acolheram as nossas propostas e daí mudamos o nosso sentido de voto, apenas e só na especialidade porque não tivemos na generalidade, na proposta inicial, nenhuma proposta acolhida", recordou.
Na opinião de André Silva, tendo em conta a representação parlamentar do PAN -- 0,4% do parlamento -, que resulta em "tempos reduzidíssimos" e possibilidades de debates escassas, a atividade do partido "até agora superou as expectativas da sociedade portuguesa e há de facto um reconhecimento do trabalho que o PAN tem feito, concordando-se ou não".
"O PAN não é um epifenómeno, não é uma moda e, portanto, aquilo que nós continuamos a transmitir às pessoas -- e que as pessoas nos pedem -- é mais força, mais responsabilidade para fazer mais e obviamente um dos grandes objetivos daqui a um ano é continuar na AR com mais do que um deputado, com um grupo parlamentar, para fazer mais", antecipou.
Lusa

Nenhum comentário:

Postar um comentário