domingo, 23 de dezembro de 2018

O champanhe fica para depois, que esta não é época para isso

Com a vitória frente ao Rio Ave, o FC Porto iguala o registo histórico do clube de vitórias consecutivas.
Foi um FC Porto a piscar o olho a um registo histórico aquele que recebeu e venceu o Rio Ave, esta tarde, perante a maior casa da temporada no Dragão. Desde 1984/85 que o clube azul e branco não vencia tantos jogos consecutivos, então, sob a mão de Artur Jorge. No Dragão, frente aos vilacondenses, não houve futebol champanhe, mas esta também não é época disso. Só mais tarde. Do que não pode haver dúvidas, porém, é de algo: esta é a época de Marega. Com mais um golo, aos 26 minutos, Marega selou o resultado final e a reviravolta para o FC Porto e deu seguimento a uma série impressionante de cinco jogos sempre a marcar.
Nos últimos sete jogos disputados pelos Azuis e Brancos, só perante o Boavista, Marega ficou em branco. Ao todo, são agora sete golos nos últimos cinco jogos disputados pelo FC Porto por parte do Maliano que, ao todo, leva já catorze golos em 21 jogos esta temporada. Marega tem sido verdadeiramente decisivo nas últimas semanas do FC Porto, mas, hoje, se calhar mais do que o avançado maliano, importa falar de Yacine Brahimi. O extremo argelino esteve endiabrado frente ao Rio Ave, acabando mesmo por ser ele a dar o primeiro passo à reviravolta no Dragão.
O jogo não foi fácil para o FC Porto. Logo aos doze minutos, Carlos Vinícius colocou o Rio Ave na frente e ainda que a resposta azul e branca tenha sido praticamente imediata, com um golo de Brahimi quatro minutos depois e com Marega a selar a reviravolta e o resultado final logo ali, aos 26 minutos, a dificuldade do meio campo da equipa de Sérgio Conceição, com Danilo e Herrera no miolo, acompanhar as transições do Rio Ave, deixaram sempre os vilacondenses perto de uma surpresa, muito por culpa da superioridade numérica criada pelo Rio Ave naquela zona do terreno com Tarantini, Schmidt e Dala/Jambor. José Gomes pode até já estar em Inglaterra, mas os processos continuaram lá. Para o bem, e para o mal.
É que se é certo que o Rio Ave é uma das boas equipas da Liga em transição ofensiva e ataque rápido, não necessariamente organizado e muito por culpa da capacidade individual e de improviso de Dala, Gabrielzinho e Vinícius, também é certo que defensivamente o Rio Ave é uma equipa permeável como o voltou a ser hoje. Tanto, que o FC Porto terminou mesmo o encontro com uns impressionantes quinze remates efetuados no interior da área do Rio Ave.
O FC Porto não conseguiu ser eficaz e isso pesou. Dos muitos remates efetuados pelos Dragões, apenas quatro foram enquadrados com a baliza, o que permitiu ao Rio Ave manter-se vivo até final ao ponto de por pouco não aproveitar. Aos 60 minutos, por exemplo, já depois de Corona ter desperdiçado uma oportunidade chave para matar o jogo, valeu Alex Telles a tirar o pão da boca de Vinícius após cruzamento de Coentrão que apenas pedia um encosto para ser festejado. Ou aos 84 minutos, quando os papéis se inverteram e depois de uma jogada de insistência de Vincícius, Coentrão, em boa posição, disparou ao lado.
Não se engane. Ao Rio Ave não pertenceu o domínio do jogo. O constante desaproveitamento das oportunidades criadas pela equipa do FC Porto é que acabaram por deixar o Rio Ave sempre vivo e perigoso até final, ao ponto de por pouco não ter saído do Dragão com uma verdadeira prenda de Natal.. Só mesmo a entrada de Óliver, já aos 71 minutos, acabou por permitir ao FC Porto ganhar outra presença no miolo que permitiu aos Dragões controlar mais a posse e circular a bola com mais critério. Dos 13 passes que Óliver acabou por fazer no jogo, apenas falhou um.
No Dragão não houve futebol de gala, mas a época disso é só daqui a uns dias. É Natal e o FC Porto não falhou em dar uma prenda aqueles que se deslocaram ao Dragão. Para o Rio Ave, esta é a pior sequência de resultados desde 2016. Para os Dragões, nunca desde 1984/86 se venceram tantos jogos consecutivos.
Bancada.pt

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