As análises aos cidadãos repatriados por Portugal que chegaram no domingo a Lisboa vindos da China deram negativo ao coronavírus, informou a Direção Geral da Saúde (DGS).
"A DGS informa que os testes laboratoriais realizados pelo INSA [Instituto Ricardo Jorge] foram todos negativos", indica.
Na mesma nota, a DGS diz que os cidadãos "vão continuar a ser acompanhados por dois médicos da Sanidade Internacional, que vão garantir a vigilância ativa duas vezes por dia e estarão sempre disponíveis para contacto".
Os 20 cidadãos repatriados, 18 portugueses e dois brasileiros, foram instalados em instituições dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa, onde irão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias.
O grupo demorou quatro dias a chegar a Portugal e vai permanecer em quarentena. Os 20 repatriados — que incluem dois diplomatas portugueses em serviço na China e duas cidadãs brasileiras — serão visitados duas vezes por dia por uma equipa de sanidade internacional, composta por dois médicos de saúde pública.
Durante o mesmo período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.
Em conferência de imprensa no domingo no Ministério da Saúde, Marta Temido, ladeada por outros responsáveis políticos e sanitários, informou que as análises seriam feitas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e adiantou que todos os repatriados concordaram em seguir o protocolo do “isolamento profilático”, para o qual existem 13 quartos no Hospital Pulido Valente e 10 no Parque da Saúde de Lisboa.
A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.
No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.
O novo coronavírus já provocou 362 mortos e infetou mais de 14.000 pessoas desde o passado mês de dezembro, quando surgiu em Wuhan, capital da província de Hubei, na China.
As Filipinas anunciaram no domingo a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, vítima de uma pneumonia causada pelo coronavírus, a primeira vítima fatal fora da China.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países, com as novas notificações na Rússia, Suécia e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Lusa
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