A região do Algarve revela-se muito deficitária em termos de saúde, e muitas vezes revela-se incapaz de atrair e preencher as vagas para concursos de especialistas, de grande necessidade para a região.
No âmbito da saúde hospitalar, o Hospital de Lagos, não consegue garantir as respostas necessárias às populações residentes nos concelhos de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo. Situação que se agrava, durante a época balnear, que representa um pico de procura devido à presença de inúmeros turistas.
É importante salientar que após o 25 de abril de 1974, o Hospital de Lagos passou a integrar o Sistema Nacional de Saúde, tendo apresentado melhorias na prestação de cuidados de saúde e tendo sido dotado de relevantes valências, como um serviço de urgências, serviços de diagnóstico e de análises, um bloco operatório, uma maternidade e tendo melhorado, ainda, as condições de internamento.
Ao longo dos últimos 20 anos, este hospital tem vindo a perder algumas destas capacidades, como é o caso do bloco operatório e da maternidade. Tem também sido alvo de um desinvestimento notório, quer a nível de recursos humanos, quer a nível de equipamentos e meios técnicos que permitem gerar um serviço de saúde eficiente às populações.
Desde 2017 que o Hospital de Lagos está integrado no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, no entanto as sucessivas integrações e reintegrações ao longo dos últimos anos não resultaram numa melhoria da capacidade de resposta desta unidade hospitalar.
Conscientes desta situação e em busca da garantia do direito constitucional à saúde, a população, os trabalhadores, os autarcas e outras forças da região têm vindo a reivindicar a construção de um novo hospital em Lagos.
A concretização de um investimento adequado ao reforço de meios humanos e técnicos é urgente, uma vez que as atuais instalações são exíguas e colidem com as Muralhas da Cidade, classificadas como monumento nacional. A realidade da localização do edifício, torna impossível a expansão dos serviços prestados por este hospital, bem como o aumento do número de camas, de áreas de consultas e especialidades e de reforço de recursos. Perante isto, revela-se imperativo a construção de um Novo Hospital, para que as instalações possam fornecer uma resposta adequada às necessidades desta unidade hospitalar.
Na moção conjunta dos Presidentes das Assembleias Municipais do Algarve é possível ler que o novo hospital é necessário para que se possa “prestar cuidados de saúde de maior qualidade aos algarvios e a quem nos visita, com boas condições de trabalho e para que possa receber novas especialidades com mais e melhores equipamentos. Assim, evitaremos a transferência de doentes para Lisboa, porque poderão ser tratados no Algarve. Será também um incentivo para a fixação de médicos e profissionais de saúde.”
No seguimento destas premências, o Grupo Parlamentar Os Verdes entregou na Assembleia da República um projeto de resolução onde recomenda ao Governo que se tome as diligências necessárias para se dar início ao processo de construção do novo Hospital Público de Lagos.
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