Perto
de 70 mil espectadores em 2019; 139º aniversário assinalado com
espetáculo do Teatro Nacional São João
O
Teatro Aveirense (TA)
celebra os 139 anos numa
fase de trabalho e de resultados: em
2019 o TA recebeu 67.956 espectadores, atingindo assim o recorde de
assistência. Este faz
parte de uma dinâmica de crescimento e de sustentabilidade da ação
do Teatro, sendo o
terceiro ano, desde 2016
– quando foi implementado um novo modelo de gestão – em
que os números são superados.
Sendo
a Cultura uma opção política estratégica da Câmara Municipal da
Aveiro (CMA) e tendo a atividade do Teatro Aveirense um papel central
a esse nível, os números dos últimos quatro anos revelam um
crescimento consistente em termos de assistência nas atividades do
Teatro Aveirense: 40.776 espetadores em 2016, 50.557 em 2017, 47.239
em 2018 e os 67.956 espectadores em 2019. Uma
progressão que acontece tendo em conta o maior investimento na
Cultura por parte CMA, materializado na programação do Teatro
Aveirense, mas também na criação do Plano Estratégico Para a
Cultura 2019-2030 e na candidatura desta cidade a Capital Europeia da
Cultura em 2027.
Os
dados pontuam a celebração do 139.º aniversário, na próxima
quinta-feira, 05 de março
e assinala a data com a estreia da peça Castro, do Teatro Nacional
São João, em cena até
ao dia 7. Trata-se de uma dupla celebração, uma vez que também o
Teatro Nacional São João estará em modo de aniversário, neste
caso o 100º, festejado na derradeira etapa da sua visita a Aveiro.
A
Castro que se poderá ver no Teatro Aveirense é o primeiro encontro
do encenador Nuno Cardoso com esse texto canónico da dramaturgia
portuguesa, escrito no século XVI por António Ferreira. Tendo por
pano de fundo os amores de Pedro e Inês, circulam nesta peça alguns
assuntos que perseguem o encenador há muito: a família como lugar
de claustrofobia e crime, a sedutora vizinhança de amor e morte, a
vertigem da transgressão, e alguns outros.
A
interpretação é de Afonso Santos, Joana Carvalho, João Melo,
Margarida Carvalho, Maria Leite, Mário Santos, Pedro Frias e Rodrigo
Santos, devendo-se ainda assinalar os figurinos do designer de moda
Luís Buchinho.
Escrita
na segunda metade do séc. XVI pelo poeta António Ferreira, Castro
inaugura definitivamente a tragédia clássica em Portugal,
rivalizando em importância e esplendor com “Os Lusíadas” de
Luís de Camões. António Ferreira foi buscar à História de
Portugal os dados fundamentais do núcleo sobre o qual construiu a
sua ficção literária: a paixão do infante Pedro pela castelhana
Inês, a aia de sua mulher, as intrigas espanholas, os receios dos
conselheiros de D. Afonso IV, as hesitações do rei quanto à sorte
de Inês, a bárbara execução desta, a cólera de D. Pedro, o
castigo dos conselheiros, a coroação da rainha morta… Drama
histórico, lenda popular ou mito, os amores de Pedro e Inês
propiciam a Nuno Cardoso o seu primeiro encontro com um texto
canónico da dramaturgia portuguesa. Circulam na peça alguns
assuntos que o perseguem há muito: a família como lugar de
claustrofobia e crime, a sedutora vizinhança de amor e morte, a
vertigem da transgressão, a diferença ou a alteridade como força e
como perigo. Bem no centro de Castro mora Inês – uma mulher, para
mais estrangeira –, enfrentando sozinha a razão de Estado. “Castro
na boca, Castro n’alma, Castro em toda parte tem ante si presente.”
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