Em Moçambique existe menos de uma Unidade Sanitária por 10.000 habitantes, revela um estudo do Ministério da Saúde que assinala “as províncias de Niassa e Gaza têm o maior rácio (...) e a Cidade de Maputo apresenta o rácio mais baixo”. O inventário, realizado pelo Instituto Nacional de Saúde, revela também que 19 por cento das 1.643 unidades sanitárias não tem energia eléctrica, 12 por cento não dispõe de fonte de água dentro ou no recinto da unidade e que 21 por cento não tem casa de banho para pacientes.
A invenção pelo Presidente Filipe Nyusi do programa “um distrito, um hospital” para o quinquénio que iniciou visa dar resposta ao drama que milhões de moçambicanos ainda vivem, mais de quatro décadas após a independência: “O rácio médio nacional é de menos de uma Unidade Sanitária por 10.000 habitantes. As províncias de Niassa e Gaza têm o maior rácio de unidades sanitárias por habitantes, com uma Unidade Sanitária para cada 10.000 habitantes. A Cidade de Maputo apresenta o rácio mais baixo”.
A revelação é do Inventário Nacional sobre a Disponibilidade e Prontidão de Infra-estruturas, Recursos e Serviços de Saúde analisado pelo @Verdade que assinala: “Os resultados deste trabalho edificam evidências indispensáveis para a planificação dos serviços de saúde, assim como para a monitoria contínua dos serviços prestados e recursos disponíveis. Os achados deste Inventário Nacional sugerem que deve ser dada uma atenção especial à prontidão dos serviços de saúde, incluindo na provisão de serviços preventivos, curativos e de apoio. Este relatório sugere também que uma das prioridades do sector nos próximos anos deverá ser a redução da fragmentação dos serviços e das percas de oportunidades de sinergias entre os programas de saúde”.
O documento tornado publico recentemente pelo Instituto Nacional de Saúde indica existirem no nosso país 1.651 unidades sanitárias públicas das quais 81 por cento das unidades sanitárias dispõe de fonte de energia eléctrica, 88 por cento dispõe de fonte de água dentro ou no recinto da unidade, 69 por cento têm sanitários para trabalhadores, 79 por cento têm sanitários para pacientes e cerca de 46 por cento dentre as que deviam dispor, dispõe de casas de espera para mulher grávida.
“O rácio de camas de internamento é de 5 por 10.000 habitantes e o rácio de camas de maternidade é de 5 por 1.000 mulheres grávidas. O rácio de profissional de saúde é de 6 por 10.000 habitantes e a categoria de enfermeira de saúde materno infantil é a categoria técnica mais frequente nas unidades sanitárias”, refere o Inventário Nacional analisado pelo @Verdade.
Elaborado com base na metodologia da Organização Mundial da Saúde (OMS) designada SARA (Service Availability and Readiness Assessment) o extenso documento revela ainda que existe “défice na provisão de serviços para as doenças não transmissíveis. A proporção de unidades sanitárias que provê diagnóstico e manejo de doenças respiratórias crónicas (sendo a doença sentinela a Asma) é de 61 por cento, e menos de um terço (22 por cento) oferece o serviço de diagnóstico e manejo de Diabetes. O serviço de rastreio de cancro do colo do útero apresenta o índice de prontidão mais elevado (72 por cento) e o serviço de diagnóstico e manejo de doenças respiratórias crónicas e cardiovasculares tem o índice mais baixo (32 por cento)”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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