terça-feira, 3 de março de 2020

Lula recebe título de cidadão honorário de Paris

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu esta segunda-feira, dia 2, o título de cidadão honorário da cidade de Paris. Durante a cerimónia, revelou estar disposto a lutar para "reconquistar" a democracia no Brasil.
"Estou mais motivado do que nunca para reconquistar a democracia de nosso país", afirmou Lula durante o discurso de agradecimento ao receber a homenagem da Câmara Municipal de Paris, a socialista Anne Hidalgo.
O ex-presidente, de 74 anos, que aguarda em liberdade um recurso contra uma condenação por corrupção, explicou a situação que, segundo ele, o seu país está passar desde a posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.
"O que está acontecendo no Brasil é o resultado de um processo de enfraquecimento do processo democrático, estimulado pela ganância de poucos e por um desprezo mesquinho pelos direitos do povo", afirmou.
Lula quis partilhar a distinção com a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2018, Fernando Haddad, presente na cerimónia.
O ex-presidente brasileiro acrescentou também que deseja partilhar a homenagem com as "mulheres e homens que defendem a democracia e os direitos, com brasileiros e brasileiros que lutam por um mundo melhor".
O título de cidadão honorário de Paris é concedido a pessoas cuja trajetória é marcada pela defesa dos direitos humano — uma distinção com o intuito de "ajudá-los na sua luta", declarou Hidalgo.
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e o atual Dalai Lama estão entre as personalidades que já receberam esse título. Em 2011, o líder indígena brasileiro Raoni Metuktire foi o homenageado.
Durante a cerimónia, Lula destacou o privilégio de receber essa distinção em Paris, "um símbolo perpétuo dos direitos humanos e a tradição de solidariedade com os perseguidos".
Na capital francesa, a primeira etapa de uma viagem pela Europa que o levará à Suíça e Alemanha, o ex-presidente recebeu apoio de vários líderes políticos, incluindo o ex-presidente francês François Hollande e Jean-Luc Mélenchon.
Lusa

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