O ilustrador da banda desenhada "As Aventuras de Astérix" morreu esta terça-feira. Tinha 92 anos. A família anunciou que Uderzo morreu durante o sono, na sequência de uma crise cardíaca sem qualquer ligação ao novo coronavírus. Nasceu a 25 de abril de 1927 em Fismes, França, filho de pai italiano.
"Albert Uderzo morreu em sua casa, em Neuilly, de um ataque cardíaco, não relacionado com a covid-19", disse Bernard de Choisy, genro do desenhador, à agência de notícias France Presse. "Estava muito cansado, desde há várias semanas", acrescentou.
Uderzo é célebre por ter criado em 1959, em parceria com René Goscinny, o personagem Astérix, o seu companheiro Obélix e toda uma aldeia de “irredutíveis gauleses”. O primeiro álbum de aventuras, “Astérix, o Gaulês”, é de 1961.
O irredutível guerreiro gaulês apareceu pela primeira vez em Portugal, nas páginas da revista Foguetão, no dia 4 de maio de 1961.
Em 2009 foi publicado o “Aniversário de Astérix e Obélix”, o último álbum ilustrado por Uderzo. Desenhou no total 24 álbuns.
Albert Uderzo não escondia que preferia Obélix a Astérix. Primeiro, porque criou sozinho o transportador de menires, sem Goscinny, quando foi lançada a série nas páginas da revista “Pilote”, em 1959.
Depois, porque colocou um pouco do seu retrato em Obélix, observa o Le Monde, que chama a Uderzo uma “força da natureza” que venceu há uns anos uma leucemia. “Parecia agora invencível”, diz o jornal francês. “O menir acabou por cair” e Uderzo faleceu esta terça-feira. "Um monstro sagrado da banda desenhada", como lhe chama a publicação.
Em 1977, Goscinny faleceu e Uderzo decidiu continuar sozinho as aventuras dos gauleses, expondo-se a críticos e a quem o via apenas como o “executor” das histórias. Astérix passou depois para as mãos de Jean-Yves Ferri (argumento) e Didier Conrad (desenho).
"Estou um pouco cansado, os anos passaram e pesam", disse então, em 2011. "Decidi deixar isto a autores mais jovens, que têm talento suficiente para que as personagens sobrevivam", afirmou Uderzo, então com 84 anos.
As histórias sobre a pequena aldeia gaulesa rebelde, que resiste à Roma do imperador Júlio César, venderam perto de 400 milhões de exemplares em todo o mundo e deram origem a mais de uma dezena de filmes, entre personagens reais e animadas.
As histórias de Astérix e Obélix estão traduzidas em mais de 107 línguas e dialetos, incluindo a língua mirandesa.
A par de Astérix, criou um outro tipo de banda desenhada, mais realista, a dos pilotos de caças Tanguy e Laverdure, igualmente publicados na “Pilote”.
Fonte: RTP
Foto: Reuters
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