Os trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP iniciam hoje uma greve nacional de três dias, até terça-feira, que a empresa admite que possa causar "fortes perturbações" na circulação de comboios a nível nacional.
Em comunicado, a CP alerta que hoje, segunda e terça-feira - os três dias da greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa - "podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional".
A CP adverte ainda ser "expectável que se verifiquem perturbações" nos dias anterior e seguinte ao protesto, designadamente "no final do dia 05 de junho [sábado passado] e nas primeiras horas da manhã de dia 09 de junho [quarta-feira]".
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da empresa não quis comentar as reivindicações do sindicato, adiantando apenas que "foram decretados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social que abrangem a realização de cerca de 25% de comboios, conforme informação disponível em cp.pt".
Em comunicado, o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) aponta a greve nacional como a "última forma de luta" face à "recusa de diálogo e à inoperância, há vários meses, na resolução dos problemas dos trabalhadores por parte do Conselho de Administração da CP".
Os trabalhadores protestam contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever "um aumento da polivalência de funções" e a "junção e extinção de categorias profissionais", considerando que tal "vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros".
Reclamam ainda a "melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional", e a "reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados".
O SFRCI acusa também a CP de "violação do acordo de empresa em vigor" e exige a "aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento".
A "manutenção dos níveis segurança ferroviária" é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes "estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária".
Finalmente, a greve visa condenar o "abuso do poder disciplinar" que os trabalhadores dizem vigorar na CP.
De acordo com o dirigente do SFRCI António Lemos, são abrangidos pelo pré-aviso de greve "800 a 1.000 trabalhadores" das carreiras comercial e de transportes da CP.
Segundo a CP, quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.
Fonte e Imagem: Lusa
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