A missão de direitos humanos da ONU na Ucrânia disse estar "horrorizada" com as imagens de um vídeo onde alegadamente um soldado russo está a decapitar um prisioneiro ucraniano.
Um porta-voz da União Europeia revela que não existem informações "sobre a veracidade" das imagens, mas assegura que Bruxelas responsabilizará os criminosos de guerra na Ucrânia.
O presidente ucraniano não tem dúvidas e apela a uma ação internacional contra os "monstros" russos.
"Há algo que ninguém no mundo pode ignorar: a facilidade com que estas bestas matam. Este vídeo... a execução de um cativo ucraniano... o mundo tem de o ver. Este é um vídeo da Rússia tal como ela é. (...)", disse Volodymyr Zelenskyy.
O presidente da Ucrânia diz ainda que não é a primeira vez que os russos agem assim referindo as atocidades de Bucha: "Isto não é um acidente (...) Já aconteceu antes. Foi assim em Bucha. Milhares de vezes"(...) "Sentenças de prisão para os assassinos, um tribunal para o Estado do mal", acrescentou.
Dmytro Kuleba, o chefe da diplomacia da Ucrânia, escreveu no Twitter: "Um vídeo horrível das tropas russas a descapitar um prisioneiro de guerra ucraniano está a circular online. É absurdo que a Rússia, que é pior do que o ISIS, esteja a presidir ao CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas). Os terroristas russos devem ser expulsos da Ucrânia e da ONU e ser responsabilizados pelos seus crimes".
O vídeo tem cerca de um minuto e quarenta segundos e está a circular desde terça-feira. Nele, um homem camuflado, com o rosto mascarado, corta o pescoço de outro homem em uniforme que se debate no chão, gritando "isso dói".
Após alguns segundos, os gritos param e um homem atrás da câmara pode ser ouvido exortando o carrasco em russo a "cortar a cabeça" da vítima. Este último termina a sua decapitação com uma faca, e mostra a cabeça cortada à câmara.
"É preciso colocá-la no saco e enviá-la ao comandante", diz uma voz em russo. O colete da vítima com o tridente ucraniano e um crânio e ossos cruzados é também mostrado na câmara.
O Kremlin pediu a verificação da "autenticidade", reconhecendo que se trata de "imagens horríveis".
Moscovo não reagiu às acusações ucranianas. Os oficiais russos negam geralmente qualquer envolvimento de soldados russos em crimes de guerra, e acusam a Ucrânia de encenar os acontecimentos.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev e Moscovo acusam-se mutuamente de abuso de prisioneiros, o que constitue crime de guerra.
No início de março, um vídeo mostrando a alegada execução de um prisioneiro de guerra ucraniano por soldados russos causou uma onda de choque na Ucrânia.
Em novembro, o Kremlin ficou indignado com dois vídeos mostrando a alegada execução de uma dúzia de soldados russos que tinham acabado de se render às forças ucranianas.
No final de março, a ONU acusou as forças ucranianas e russas de terem cometido execuções sumárias de prisioneiros de guerra durante a invasão.
A Rússia também nega, apesar das provas corroborantes, as execuções sumárias de civis, particularmente em Bucha, perto de Kiev, há um ano.
Euronews
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