Escrever
um texto sobre a dádiva de sangue é nos dias de hoje um risco evidente. Tão
evidente que se torna interessante. Nos últimos meses temos assistido a um
decréscimo do número de dadores e consequentemente no número de dádivas. Mas
também, nestes últimos meses, vamos assistindo há habitual entrada de doentes
nas urgências dos hospitais que por acidente, maleita nova ou antiga,
necessitam de sangue como um componente essencial na esperança da cura.
Invariavelmente, as necessidades de sangue e componentes mantêm-se e não
diminuem; as doenças e as urgências não acompanham a escassez no número de
dádivas.
Ainda
não chegamos a um ponto crítico, ou seja, o momento em que alguém morre por
falta de sangue. Nesse dia que não se deseja, uma vida será perdida. Nesse dia,
a máxima dar sangue é dar vida, fará mais sentido do que nunca. Nesse dia a
culpa será de todos e a vítima o elo mais fraco. Esse dia não pode acontecer.
Devemos
pois, focalizar as acções na actividade da promoção da dádiva de sangue. Não
podemos continuar a assistir a discussões estéreis entre as organizações que
promovem a dádiva de sangue. Não podemos continuar a assistir a um jogo do
fundo do court até que um ceda por
exaustão.
Se
existe uma actividade na área da saúde em que nos podemos orgulhar, é-o de
facto a medicina transfusional. Devemos fazer o necessário, com paciência e
astúcia para que assim continue.
Quem
dá vida e sempre deu, não vai abandonar a causa. Isso é um dado adquirido.
Veremos
as acções dos responsáveis oficiais. Veremos se o tal dia não acontece.
João
Almeida Martins
Sector
da dádiva de sangue
Serviço
de Imumohemoterapia
Hospital
S. João
* É do máximo interesse recordarmos o passado, para extrairmos dele o melhor aproveitamento.
Datas e
locais onde pode efectuar a sua dádiva de sangue em Aveiro: www.adasca.pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário