O deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro realça os resultados das eleições irlandesas para sugerir que PS tinha mais a perder ao dar ‘luz verde’ a um eventual novo Governo PSD/CDS.
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As eleições legislativas de outubro deram lugar a um mês e meio de tensão e dúvida política. Na altura, houve quem esperasse do PS abstenção que permitisse ao PSD e CDS formar governo. O PS, porém, optou por formar Governo com apoio parlamentar à Esquerda. Para Tiago Barbosa Ribeiro, as eleições irlandesas mostram também o que poderia ter acontecido ao PS em Portugal se tem optado por permitir novo Governo PSD/CDS.
Na Irlanda, saliente-se, os dois partidos que formavam o governo sentiram fortes quebras nas votações. E surgem outros dois partidos a beneficiar destes resultados, o Sinn Féin, mais à Esquerda, e em particular o Fianna Fáil. As políticas de austeridade trouxeram, à imagem do que se viu em Portugal e Espanha, novidades Políticas.
“Muitos queriam empurrar-nos para isso em Portugal e a recusa do PS em participar nesse ‘centrão’ liberal pastoso é a causa do desnorte da Direita e da histeria organizada de alguns círculos mediáticos”, escreve no Facebook o deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro.
“Preferiam-nos ‘responsáveis’ e cumpridores dos seus programas, ou seja, cultores de uma sepultura ideológica e eleitoral. Lamentamos desapontá-los”, escreve ainda o deputado socialista, que, curiosamente, não está sozinho na sua análise.
Vital Moreira, em tempos ligado ao PCP mas de há vários anos para cá uma figura do PS associada ao centro mais moderado, defende também que “a austeridade orçamental é politicamente letal para os partidos que a têm de implementar”, escreve no blogue Causa Nossa.
A Irlanda mostra uma taxa de crescimento invejável para muitos outros países europeus, na ordem dos 7%. A retoma económica, porém, parece não ter sido acompanhada pela prosperidade.
Tiago Barbosa Ribeiro faz ainda referência a dados do site Politico para dizer que “um choque de austeridade assimétrica (como é sempre) levou a taxas de crescimento de 7% mas afundou o Estado Social, duplicou a pobreza infantil”. Não só as filas e espera nos hospitais aumentaram como a sensação é de que a desigualdade entre ricos e pobres aumentou no país, salienta o deputado do PS.
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