Os
descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passaram mais de quatrocentos anos
escravizados no Egipto, assim, Deus decidiu libertá-los dessa escravidão.
Moisés foi o escolhido por Deus para libertar o povo, sendo, então, o líder do
êxodo.
Moisés,
atendendo ao chamado de Deus, foi ter com Faraó, transmitindo-lhe a mensagem
divina: “Deixa ir meu povo para que me sirva”. A fim de provar a Faraó a
vontade divina, Moisés invocou pragas contra o Egipto. As pragas começaram a
ser lançadas, mas assim que se cessavam Faraó continuava a pecar, mantendo-se
contra a vontade de Deus. Assim, a décima e última praga fora lançada - Deus
enviou um anjo destruidor através da terra do Egipto a fim de ceifar a vida de
todo primogénito: “E eu passarei pela terra do Egipto esta noite e ferirei todo
primogénito na terra do Egipto, desde homens até aos animais; e sobre todos os
deuses do Egipto farei juízos. Eu sou o SENHOR.” (Ex. 12.12).
Contudo,
como os israelitas também habitavam no Egipto, o Senhor Deus enviou uma ordem
ao seu povo. Cada família deveria tomar um cordeiro macho de um ano de idade,
sem defeito, e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; as
famílias menores poderiam dividir um único cordeiro. Parte do sangue do
cordeiro sacrificado deveria ser passada nas ombreiras e na verga da porta de
cada casa. Assim, o anjo, ao passar por aquela terra, passaria por cima
daquelas casas que tivessem o sangue sobre elas – daí o termo Páscoa, do hebreu pesah, que significa
“pular além da marca”, “passar por cima” ou “poupar”. Assim, os israelitas
foram protegidos da morte, através do sangue do cordeiro morto. É importante
ressaltar que Deus ordenou o sinal de sangue não porque Ele não era capaz de
identificar seu povo, mas porque queria ensinar a eles sobre a importância da
obediência e da redenção pelo sangue, preparando-os para o advento do “Cordeiro
de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (“Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” Jo 1,29b).
Naquela
noite os israelitas deveriam estar preparados para viajar. Eles deveriam assar
o cordeiro, preparar ervas amargas e pães sem fermento (na Bíblia, o fermento
simboliza, normalmente, o pecado e a corrupção; esses pães asmos simbolizavam a
separação entre os israelitas redimidos e o Egipto). O povo deveria estar
pronto para a refeição ordenada ao anoitecer, a fim de partir apressadamente.
Assim se fez, tal como o Senhor dissera.
O povo de
Deus, a partir desse momento da história, passou a celebrar a Páscoa em toda
primavera, já que as instruções divinas relatavam ser essa celebração um
“estatuto perpétuo”, conforme o livro de Êxodo 12.14: “E este dia vos será por
memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR;
nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Assim, em cada
páscoa, os israelitas, juntamente com suas famílias, sacrificavam um cordeiro,
retiravam de suas casas todo fermento e comiam ervas amargas e contavam a
história de seus ancestrais, de como viveram o êxodo na terra do Egipto e a
libertação da escravidão ao Faraó – era dever dos pais usar a Páscoa para
ensinarem aos filhos a verdade sobre a redenção da escravidão e do pecado, que
Deus efectuara em seu favor e que através disso fez deles um povo especial sob
seus cuidados.
Nos
tempos do Novo Testamento, os judeus (israelitas) observavam a Páscoa da mesma
maneira. Jesus, aos doze anos de idade, foi levado a Jerusalém por seus pais
para a celebração da Páscoa (Lc 2.41-50), posteriormente, Jesus participou
dessa celebração em Jerusalém a cada ano. A última ceia de que Jesus participou
com seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi a refeição da
Páscoa.
Para os
cristãos, a Páscoa tem o propósito de lembrar a salvação em Cristo e da
redenção do pecado e da escravidão a Satanás, pois Jesus foi crucificado na
Páscoa, como cordeiro pascoal (1 Co 5.7), que liberta do pecado e da morte
todos aqueles que nEle crêem.
Fonte:Bíblia de
Estudo Pentecostal – Antigo e Novo Testamento, Flórida - EUA: Life Publishers,
1995.
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