ornal de Angola, editorial
Assistiu-se desde que alcançámos a paz a um desenvolvimento significativo do ensino superior, tendo-se registado um aumento considerável do número de alunos que se formaram em várias especialidades.
Não pode passar despercebido o facto de muitas províncias do país terem hoje instituições de ensino superior, o que vai certamente impulsionar o desenvolvimento económico e social de várias regiões de Angola. Foi acertado o facto de se ter decidido instalar universidades em diferentes regiões do país, o que faz com que haja muitos quadros em todo o território nacional, contribuindo para a diminuição das assimetrias entre as diferentes províncias. Angola é um país com imensas potencialidades, fazendo sentido que haja por parte das autoridades preocupações em relação à educação.
Um país como o nosso, que tem a pretensão de atingir o desenvolvimento, não deve deixar de prestar especial atenção ao sistema de ensino, do básico ao superior. Muitos foram os investimentos realizados na construção de novas instituições de ensino, o que tem permitido que muitos milhares de angolanos tenham acesso ao ensino médio e superior. Províncias que nunca tinham tido escolas superiores têm hoje universidades com cursos diversos, fazendo com que muitos jovens possam estudar nas regiões em que vivem, sem necessidade de se deslocarem a Luanda para fazer, por exemplo, uma licenciatura, como era o caso há vários anos. Há um aumento do número de jovens formados em universidades instaladas em várias províncias, uma realidade que deve suscitar a procura de vias que levem à absorção pelo mercado de trabalho de muita gente que fez cursos superiores.
Sabe-se que um dos nossos grandes problemas é a falta de emprego para muitos jovens que acabam os seus cursos em escolas médias ou em universidades, por várias razões. Uma delas é o número reduzido de entidades empregadoras em diversas regiões, o que faz com que haja poucos postos de trabalho para a grande procura de emprego.
A grande esperança de se reverter este quadro é o processo de diversificação da economia, que pode gerar o surgimento de muitas empresas em todo o país. Sabe-se que a diversificação vai implicar uma intensa actividade produtiva em várias áreas e acredita-se que este facto venha a permitir que muitos jovens formados consigam emprego.
A diversificação da economia pode ser pois uma via para a absorção de quadros formados nas diferentes províncias do país. É entretanto importante que os jovens quadros recém-formados aumentem cada vez mais as suas competências, pois, nos dias de hoje, muitas empresas são demasiado exigentes. As empresas existem para maximizar lucros, e elas não recrutam quadros por caridade. As unidades produtivas querem ganhar dinheiro, pelo que recrutam os melhores quadros que há no mercado de trabalho.
É bom que os quadros recém-formados tenham consciência da dinâmica e dos interesses empresariais, e tudo façam para que os seus conhecimentos estejam à altura de satisfazer as exigências das unidades produtivas. Os quadros recém- formados não devem parar de aumentar as suas competências profissionais. Devem continuar a aprender, quer por via de mais cursos, quer pelo contacto com quadros experimentados. Que os jovens quadros não adormeçam nas suas licenciaturas, convencidos, como muitas vezes acontece, de que sabem já tudo e que não precisam de aprender mais nada. Sejamos como Sócrates, filósofo grego, que proferiu esta célebre frase: “Eu só sei que nada sei”.
Mais de duzentos licenciados em diferentes especialidades pela Universidade Lueji a Nkonde (Malanje) receberam recentemente os seus diplomas. Malanje, terra da Palanca Negra Gigante, está a ser conhecida também pelo número de quadros médios e superiores que forma em vários domínios. É uma boa notícia o facto de a província de Malanje, com potencialidades, e que oferece várias oportunidades de negócios, estar a proporcionar ao mercado de trabalho quadros superiores.
Que os novos quadros formados em Malanje se preparem para dar a sua contribuição ao crescimento e ao desenvolvimento do país, pondo ao serviço da Nação todo o seu saber, para que tenhamos um país sem pobreza e com muita prosperidade.
Os quadros superiores são cidadãos que, pelas suas competências, têm o dever também de trabalhar no sentido de as comunidades terem uma boa qualidade de vida. O conhecimento gera boas condições de vida. Depois das licenciaturas, os recém -formados iniciam uma era que se traduz em resolver os problemas da sociedade. Trata-se de tarefa complexa, pelo que não devem abdicar do estudo permanente.
Como afirmou Adão do Nascimento, ministro do Ensino Superior, dirigindo-se aos recém- licenciados da Universidade Lueji a Nkonde, “uma das melhores competências que vai entrar em prova a cada dia, a cada instante, a cada segundo, é comprovar, mesmo sem júri, que merecem ter este diploma, que têm as competências que traduzem o grau académico que ostentam”.
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