Imagem:tvi24.iol.pt |
Trabalhadores
e delegados sindicais dos supermercados Pingo Doce acusaram hoje a empresa de
"repressão", "assédio moral" e de desrespeito pelos
horários de trabalho, acusações que o grupo Jerónimo Martins "refuta de
forma veemente".
Atrás de
uma faixa onde se podia ler "Exigimos ao Pingo Doce aumentos salariais
para todos", cerca de 50 trabalhadores e delegados sindicais
concentraram-se ao início da tarde junto à sede da Jerónimo Martins, no Campo
Grande, em Lisboa.
Em
declarações aos jornalistas no local, Flora Osório, operadora especializada,
afirmou que não há atualização salarial desde 2010 e apontou, por exemplo,
diversos incumprimentos por parte da empresa em relação aos horários de
trabalho.
"O
trabalho noturno é praticado como se fosse horário de trabalho normal. As
férias não podem ser marcadas para épocas festivas e balneares",
exemplificou, apontando ainda "repressão" para com os funcionários, o
que, afirmou, tem provocado em muitos trabalhadores "depressões e
esgotamentos".
Contactada
pela agência Lusa, fonte oficial do grupo Jerónimo Martins refutou "de
forma veemente" as acusações de repressão, assédio moral ou perseguição,
entre outras, aos trabalhadores do Pingo Doce.
Relativamente
à questão da revisão das tabelas salariais, a mesma fonte indicou que
"está atualmente em curso uma negociação" do contrato coletivo de
trabalho entre a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a
que o Pingo Doce também pertence, e os Sindicatos.
"Caberá,
pois, à APED pronunciar-se, se assim o entender", disse.
Isabel
Camarinha, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços
de Portugal (CESP), afirmou aos jornalistas que foi entregue à administração,
em fevereiro, um caderno reivindicativo dos trabalhadores e um pedido de
reunião, ao qual a empresa "não se dignou a responder" até agora.
"Os
trabalhadores têm salários baixíssimos, condições de vida degradadas, condições
de trabalho que numa empresa desta dimensão são injustificáveis, no que se
refere, por exemplo, à segurança e higiene", indicou, sublinhando que em
2015 houve pequenos ajustes salariais, "discriminatórios", uma vez
que abrangeram "um número reduzido de trabalhadores".
Junto à
entrada da sede da Jerónimo Martins, alguns trabalhadores descreviam a colegas,
junto a um microfone, o que se passa na sua loja: "Assédio moral",
"perseguição a delegados sindicais", "desconsideração" e
"discriminação" foram algumas das expressões usadas.
Presente
na manifestação, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos acusou o grupo
Jerónimo Martins de "prepotência e arbitrariedade": "Considera
que não precisa de negociar salários, não valoriza as carreiras e discrimina
trabalhadores".
"Continuam
também a pensar que podem definir os tempos de trabalho dos funcionários,
secundarizando a articulação que tem de haver entre os horários de trabalho e a
vida familiar pessoal. Também se constata uma grande pressão e assédio moral
sobre os trabalhadores", acrescentou.
Fonte:
Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário