Uma luva para cegos que 'deteta'
obstáculos, através de sensores sonoros, ou um capacete de ciclista que os
'sinaliza', numa situação de perigo, são dois dos projetos concebidos por
jovens, patentes na 10.ª Mostra Nacional de Ciência.
A exposição, que reúne cem projetos de
várias áreas científicas, realizados maioritariamente por estudantes do ensino
secundário, decorre, de segunda a quarta-feira, no Museu Nacional de História
Natural e da Ciência, em Lisboa, sob organização da Fundação da Juventude.
Alunos da Escola Secundária de Oliveira
do Bairro, no distrito de Aveiro, desenvolveram um protótipo de uma luva para
cegos, a partir de uma luva de karaté, para melhorar a sua qualidade de vida,
autonomia e independência.
Na prática, a luva tem incorporado dois
sensores de ultrassons para detetar obstáculos e desníveis. Sempre que são
detetados, geram-se sons audíveis, para cada um dos sensores, e,
simultaneamente, são produzidas vibrações na mão.
O sinal sonoro é produzido de acordo com
a proximidade, ou não, do obstáculo ou desnível. A luva pode 'detetar'
obstáculos a uma distância máxima de quatro metros e desníveis até um metro.
Estudantes da Escola Profissional de
Espinho conceberam um capacete 'inteligente' para ciclistas, um capacete de
ciclista convencional, mas com um dispositivo, com sensores, que, ao permitirem
acompanhar a posição e o andamento do ciclista, conseguem detetá-lo, em caso de
paragem repentina ou queda.
O dispositivo estará ligado ao telemóvel
do ciclista, que, nestas situações, enviará uma mensagem para um número
pré-definido, alertando para a possibilidade de um acidente. O dispositivo
poderá facultar ainda informação sobre a localização da pessoa.
O capacete tem, ainda, duas luzes que
indicam a intenção de o ciclista mudar de direção, bastando-lhe para tal
inclinar a cabeça no sentido pretendido.
O uso da casca de banana para diminuir a
concentração de corantes e metais pesados, nos esgotos industriais, ou o
crescimento de feijões em águas com diferentes origens são outras experiências
que constam na mostra.
No certame vão estar também patentes, a
convite da Fundação da Juventude, projetos de estudantes de Moçambique, Brasil
e Espanha.
Biologia, ciências do ambiente,
engenharias e química são as áreas científicas que concentram maior número de
projetos, com os distritos de Castelo Branco, Aveiro e Leiria a lideraram a
lista de participações nacionais.
No último dia da mostra, serão
anunciados os premiados do 24.º Concurso para Jovens Cientistas e
Investigadores.
Fonte: Lusa
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J. Carlos
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