quarta-feira, 1 de junho de 2016

ANTÓNIO GALAMBA DENUNCIA CLIMA DE MEDO NO PS


 
Manuel de Almeida / Lusa
O ex-dirigente socialista António Galamba
O ex-deputado do PS António Galamba, uma das vozes mais críticas da direcção de António Costa, volta a atacar e acusa o primeiro-ministro de impor um clima de “medo” no partido.
Há algum medo no PS em se dizer o que se pensa”, diz, em entrevista ao jornal i , o amigo do ex-líder do PS, António José Seguro.
António Galamba considera que não há mais socialistas como ele a criticarem António Costa por “medo de retaliações”. “Têm medo de várias coisas. De perder aquilo que têm ou de não virem a ter aquilo que esperam em função do exercício do poder”, constata.
O ex-deputado ainda acusa Costa de “directa ou indirectamente”, ter promovido, ao longo dos últimos anos, “muitas movimentações mais ou menos secretas de forma a debilitar a afirmação do PS”. E revela que há um desencanto generalizado, entre os militantes, com a estratégia levada a cabo pelo líder do partido.
“Entre o último congresso nacional, a última eleição directa do secretário-geral do partido e esta última eleição, houve 8.700 militantes do PS que deixaram de estar em condições de poder votar porque não têm as quotas em dia“, refere António Galamba, considerando que “isto é sintomático de que há aqui alguma coisa que não está a funcionar”.
Sobre o futuro, o ex-deputado frisa que Costa deverá demitir-se se o PS perder as autárquicas e será uma derrota não conseguir “uma nova maioria absoluta nos Açores” e não manter as “150 câmaras” que  PS lidera actualmente.
António Galamba ainda comenta a polémica dos cortes nos contratos de associaçãocom os colégios privados, sublinhando que não são “de gente séria”. “O que o Estado diz é ‘estou-me a borrifar para os amigos que tens na turma’, ‘estou-me a borrifar para o ambiente em que te sentes bem’”, considera o presidente da direcção da Associação de Solidariedade e de Educação de Salir de Matos, nas Caldas da Rainha.
Se o Estado quer poupar então vamos ver tudo! Mas tudo mesmo, incluindo quantos sindicalistas que são suportados pelo Estado. E quantos escritórios de advogados continuam a gravitar, apesar do discurso de contenção, à volta deste Governo? Se vamos cortar, corte-se bem”, conclui António Galamba.
ZAP

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